Comboios de qualidade, sem supressões, com regularidade de horários e adequados às necessidades da região são as exigências de várias estruturas sindicais para melhorar o transporte ferroviário no Algarve, disse no sábado fonte da União dos Sindicatos da região.
António Goulart, da União de Sindicatos do Algarve, participou na sexta-feira numa tribuna pública realizada junto à estação de comboios de Faro em defesa da melhoria do transporte ferroviário e fez um balanço “positivo” da iniciativa promovida pela União dos Sindicatos, pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e Comissão de Utentes da Linha do Algarve.
“Foi uma iniciática muito importante para colocar de uma forma muito clara a denúncia sobre o que se passa com o transporte ferroviário na região, que é uma situação intolerável, com gravíssimos prejuízos para aqueles que são os utentes do comboio e, de uma forma geral, para a região”, afirmou António Goulart à agência Lusa.
A mesma fonte disse que foi também possível criar um “espírito de continuação do protesto” que permita, no futuro, “alargar e engrossar as exigências e chamar outros protagonistas e intervenientes regionais a participar” nestas reclamações.
O dirigente da União dos Sindicatos do Algarve apontou a necessidade de haver “preços acessíveis, horários adequados” e que os comboios “não estejam sistematicamente sujeitos a supressões”.
“Naturalmente, a par daquilo que são os investimentos mais estratégicos que têm de ser feitos. Mas não basta estar a beneficiar de milhões para investimentos estratégicos, se depois se deixa degradar o serviço”, acrescentou.
António Goulart deu o exemplo da eletrificação da “linha férrea do Algarve, que só está feita entre Faro e Tunes” e “não abrange os ramais de Tunes a Lagos e de Faro a Vila Real de Santo António”.
O dirigente sindical criticou, ainda, os sucessivos Governos e administrações da CP, responsabilizando-os por terem vindo a “empurrar os problemas com a barriga” e a fazer “anúncios de investimentos de milhões para o futuro”, mas sem resolver a situação atual.
“É um problema regional, que afeta trabalhadores, empresas, e há necessidade de chamar a intervir autarcas e outras entidades, para que estas exigências tenham maior abrangência e se obrigue quem é responsável pela situação a resolvê-la”, defendeu.