Em causa está o rebentamento de um dique dentro da célula onde se depositam resíduos, causando o seu arrastamento para uma linha de água que é afluente da Ribeira do Vascão e adjacente ao aterro, localizado no Barranco do Velho, Loulé.

A situação gerou protestos por parte das estruturas locais do PSD e BE, tendo o líder do PSD/Algarve enviado mesmo um requerimento ao Ministério do Ambiente onde questiona as causas do incidente e as medidas que a Algar pretende tomar para repará-lo.

Em declarações à Lusa, o administrador da Algar, empresa que gere o aterro, explicou que a pressão da água causada pela chuva abriu uma fissura numa das células do talude do aterro, provocando o derramamento dos plásticos ali contidos.

De acordo com Hélio Barros, que diz que esta situação nunca tinha ocorrido antes, trata-se de um incidente "normal" perante a pluviosidade que se tem registado nos últimos meses naquela zona.

Segundo uma nota da CCDR/Algarve a que a Lusa teve acesso sobre o sucedido, a quantidade de precipitação registada no local nos últimos dois meses foi tão intensa (890 milímetros) que se aproxima da média anual, entre os 900 e os 1000 milímetros.

Segundo explicou à Lusa o administrador da Algar, a empresa acionou no próprio dia o plano de contingência, procedendo à retenção das águas afetadas numa bacia exterior e retirando os resíduos.

A Algar já procedeu também ao reforço do talude para evitar que a situação se repita, mas Hélio Barros pensa que as águas para onde foram derramados os resíduos poderão não ter ficado contaminadas, algo que só as análises dirão.

Segundo disse à Lusa fonte da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve, técnicos daquele organismo estiveram hoje no local a recolher amostras de água para análise, sendo que os resultados deverão ser conhecidos no final da semana.

O aterro sanitário do Sotavento funciona desde o ano 2000 e tem construídas apenas duas das quatro células previstas no projeto inicial, pelo que o seu período de vida útil se deverá prolongar por mais dez anos, diz a CCDR/Algarve.

Lusa