“No próximo sábado vamos vestirmo-nos a rigor de mães Natal e vamos desfilar de mota, como os motociclistas do Motoclube de Faro, e distribuir presentes a crianças carenciadas do concelho de Faro”, explicou à Lusa a presidente do Motoclube Feminino de Portugal, Ângela Gamboa, afirmando que são “mulheres com prazer pelas motas, mas com coração solidário”.
Para esta época natalícia, o Motoclube Feminino desafiou as 125 sócias, mas também os 48 motoclubes do Algarve, para doarem brinquedos e roupas infantis para presentear crianças pobres.
O resultado foi um “carro cheio de brinquedos e roupasde criança para distribuir sábado, dia 18, durante a festa de Natal do Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA), instituição que ajuda centenas de famílias carenciadas de Faro.
O palco da entrega dos presentes vai ser na Escola Secundária Pinheiro e Rosa em Faro, depois de um almoço solidário para cerca de meio milhar de carenciados.
“Não queremos ser conhecidas pelo motoclube das gajas. Queremos marcar a diferença pelo lado da solidariedade e angariar mais sócias para um dia podermos organizar uma concentração do Motoclube Feminino”, declara Ângela Gamboa, 26 anos de idade, reconhecendo que esse é um dos seus sonhos para o futuro do motoclube.
Organizar jantares e almoços para angariar dinheiro com o objetivo de comprar fraldas, produtos de higiene, cadernos e livros escolares para as famílias com recém-nascidos e crianças em idade do pré-escolar são outras das iniciativas desenvolvidas pelo Motoclube Feminino, conta Ângela Gamboa, que adora sentir o prazer da velocidade e a liberdade, mas que desde que é mae de uma menina aprendeu a abrandar.
“Quando vejo o ponteiro nos 190 quilómetros por hora, tento abrandar. Agoro já não penso só em mim. Tenho uma menina de cinco anos”, desabafa, com os olhos meigos escondidos entre os caracóis negros do cabelo.
O Motoclube Feminino, fundado em 7 de dezembro de 2001, abre todas as sextas-feiras entre as 21:00 e as 00:00 para as sócias e inscritas no clube. Os rapazes também podem entrar e até jogar matraquilhos e conviver, mas nunca se poderão inscrever naquele clube restrito ao sexo feminino, garante a presidente, recordando que a madrinha daquele clube é Elizabete Jacinto, piloto de motos e que fez a sua estreia como piloto de todo-terreno em moto em 1992.
Em cima da sua Yamaha R6, Ângela Gamboa garante que o espírito motard é o mesmo entre homens e mulheres. O gosto por motas, o convívio, a amizade e a entre ajuda entre todos é o lema que une os amantes de duas rodas, o seu meio de transporte preferido.
“Ando sempre de mota, só utiliza o carro para levar à escola a filha”, conta a sorrir de orgulho.
Lusa