Em declarações à Lusa, Elidérico Viegas, da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), afirmou que o crescimento do desemprego “não era difícil de prever”, devido às descidas das taxas de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros e à diminuição das receitas do setor.

Mostrando-se “muito preocupado” com os números hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o dirigente empresarial acentuou que a a gravidade dos números foi atenuada pela diminuição dos inscritos nos centros de emprego por via da emigração e o regresso de imigrantes.

O empresário alicerçou o agravamento do desemprego na falta de competitividade do Turismo, principal atividade económica da região, devido à queda da procura e à dificuldade do setor em competir com destinos concorrentes.

“Só conseguiremos recuperar quando repusermos os níveis competitivos da nossa oferta mais direta, nomeadamente Espanha, Turquia e países do Magrebe”, disse.

Sustentou que essa competitividade não se baseia unicamente nos preços, que são equivalentes aos da concorrência, mas em outros fatores competitivos, como os impostos e as taxas aeroportuárias, lembrando que “temos as taxas mais elevadas da Europa nos aeroportos”.

Quanto ao mercado turístico nacional, recordou que os portugueses são “fundamentais” para a sustentabilidade da indústria hoteleira algarvia, mas aduziu que os cidadãos nacionais “não viajam para o Algarve, não para irem para outros destinos, mas pura e simplesmente para ficar em casa”.

Segundo o INE, o Algarve foi a região portuguesa com maior taxa de desemprego no quarto trimestre de 2011, mas calculando os valores médios para o total do ano de 2011, o Algarve é também a região com a taxa de desemprego mais elevada, com 15,6%.

A nível nacional, a taxa de desemprego em Portugal no quarto trimestre de 2011 atingiu os 14%, ficando acima das estimativas dos economistas contactados pela agência Lusa, que esperavam uma taxa entre os 13 e os 13,5%.

A taxa de desemprego média anual situou-se nos 12,7%.

Lusa