Segundo fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), nove dos dez feridos foram transportados para os hospitais de Faro e Portimão e um deles recebeu tratamento hospitalar no local.

O INEM adianta que cinco feridos são da zona de Lagoa e foram transportados para Portimão, enquanto os quatro feridos de Silves foram para o hospital de Faro.

Os dois feridos graves são de Silves.

A fonte do INEM disse ainda à Lusa que 19 pessoas receberam assistência, no local, a nível psicológico.

O INEM tem no Algarve uma viatura de intervenção e catástrofe com um posto médico.

Automóveis danificados, postes elétricos, árvores e estruturas móveis arrancados ou telhados destruídos foram estragos já identificados pelas equipas de socorro que estão na zona afetada e que incluem operacionais da GNR, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e dos bombeiros.

Segundo a Proteção Civil, já foi "acionado um reforço de meios a partir dos distritos de Évora e Beja" para ajudar nas operações de socorro que estão a ser realizadas nas áreas atingidas.

No local, estão já a operar uma equipa da Força Especial de Bombeiros (Canarinhos) e outra do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR.

A proteção civil indica também que foram acionados dois helicópteros para fazer o reconhecimento e avaliação da situação.

Também o secretário de Estado da tutela garantiu à agência Lusa que todos os serviços da Segurança Social do Algarve e Alentejo estão em "prontidão total" para assistir vítimas do mau tempo.

Marco António Costa afirmou que os técnicos de Lagoa e Silves, para já os mais atingidos, "já estão no terreno" e "todo o corpo técnico" dos municípios do distrito de Faro está em prevenção para avançar para onde for solicitado.

O Instituto de Meteorologia classifica como “fenómeno extremo de vento” e “tempo severo” a situação ocorrida hoje no Algarve, admitindo que pode repetir-se por se tratar de algo imprevisível.

O secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social afirmou que os serviços da Segurança Social estão em articulação com a Proteção Civil e com as Câmaras Municipais e "só aguardam indicações precisas" sobre o que possa ser necessário.

Marco António Costa frisou que se está ainda "numa fase muito recente" da passagem da intempérie e que ainda não houve solicitações.

Além do dispositivo do Algarve, também os centros da Segurança Social de Évora e Beja estão prontos para atuar como "segunda linha", se isso for preciso.

"Apoio psicológico, deslocação de populações afetadas para equipamentos sociais, realojamento e apoio social ao nível da alimentação e conforto" são alguns dos serviços que a Segurança Social poderá prestar, adiantou.

A tutela deu também instruções para que a Linha Nacional de Emergência Social (144) dê prioridade aos pedidos de ajuda resultantes do mau tempo.

O vice-presidente da Câmara de Lagoa, Rui Correia, disse à Lusa que ficaram desalojadas oito pessoas.

De acordo com o autarca, as rajadas de vento ocorreram ao início da tarde e, "durante três a quatro minutos, arrancaram telhas, derrubaram postes [de eletricidade], painéis de publicidade, janelas e portas de vários edifícios".

Rui Correia explicou que após a passagem do "mini-tornado o caos ficou instalado no concelho, sendo a parte sul a mais afetada com estragos em habitações e desalojando oito famílias".

O autarca acrescentou que alguns dos desalojados vão ser instalados pelos serviços sociais da autarquia e outros irão pernoitar em casas de familiares.

Os ventos fortes, segundo o testemunho de várias pessoas à agência Lusa, iniciaram-se na zona do mar em direção a terra “levando tudo à sua frente e elevando veículos a vários metros de altura”.

"Os carros elevaram-se a quatro e cinco metros do solo e eram atirados contra as paredes como se fossem folhas de papel", testemunhou Isabel Santos, uma das moradoras, cuja habitação ficou sem portas e sem janelas.

Aquela moradora disse ainda que em 50 anos nunca tinha visto nada idêntico: "coisas destas só tinha visto na televisão e nunca pensei passar por isto".

Entretanto, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, interrompeu esta tarde, por cerca de dez minutos, uma audiência sobre os incêndios no Algarve no parlamento, para se inteirar da situação do mau tempo na região.

Miguel Macedo está hoje na Assembleia da República a ser ouvido sobre o incêndio florestal de Tavira/São Brás de Alportel, em julho, a requerimento dos grupos parlamentares do PS e PCP.

Os deputados da Comissão de Agricultura e Mar quiserem dispensar o ministro do resto da audiência, mas Miguel Macedo recusou dizendo que "tudo o que havia para ser tratado, já estava a ser tratado".

Redação com Lusa