O Tribunal de Contas (TdC) aprovou a permuta do edifício da antiga Caixa Agrícola de Portimão, adquirido pela autarquia, e um terreno de 30.000 m2, propriedade da paróquia matriz da cidade, ambos com um valor de um milhão de euros.

A decisão foi conhecida no passado dia 17 deste mês e o pároco da matriz de Portimão deu-a a conhecer à comunidade no passado domingo, antes da celebração da abertura da Porta Santa, lembrando que “foi preciso enviar o processo para o Tribunal de Contas que desfez qualquer dúvida”. “Houve muitas reações como sempre que há qualquer que é para Igreja. Quando é para as outras instituições ninguém fala. Quando é para a Igreja há sempre alguém que estrebuche, mas sempre foi assim ao longo dos tempos e é natural que assim seja”, afirmou o padre Mário de Sousa.

“É uma hora de alegria porque é uma forma de podermos servir melhor a comunidade. Acho que nem é preciso a gente dizer o bem que, naquela casa e através dela, se tem feito”, prosseguiu.

O sacerdote, que agradeceu o “empenho pessoal” da presidente da Câmara, destacou que o trabalho a partir daquele edifício será uma mais-valia para Portimão. “Aquela casa será para esta cidade uma bênção através do trabalho da Cáritas e do acompanhamento dos jovens escuteiros e também das crianças e jovens da nossa catequese”, afirmou.

A escritura da permuta será assinada no próximo sábado, dia 26, durante a celebração de acolhimento à imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima que terá lugar no pavilhão Arena, a partir das 17h. “Não há coincidências. Há «deocidências», como dizem alguns. Aquela casa, que foi dedicada à Sagrada Família, vai ter assinada a sua escritura no dia da Sagrada Família. Portanto, Deus tem sempre a última palavra”, concluiu o padre Mário de Sousa.

Também o bispo do Algarve se regozijou com a “boa notícia”. “É um momento de alegria para esta comunidade, para mim como bispo e para a nossa Igreja diocesana. Todo este processo, o modo como decorreu e como agora se conclui deixa-nos a todos serenos, seja a nós como Igreja, seja também à Câmara. Penso que tudo se passou com transparência e verdade e assim é também com alegria que vós ides continuar a fazer daquele um espaço ao vosso serviço e de tanta gente que ali entra e sai diferente, por aquilo que deixa, por aquilo que leva consigo, por aquilo partilha com os outros”, afirmou D. Manuel Quintas.

A permuta, agora validada pelo TdC, tinha sido aprovada primeiramente em sessão de câmara de 10 de fevereiro deste ano e depois pela Assembleia Municipal de Portimão em maio.

Constituído por cave e quatro pisos, cada um com uma área de cerca de 300m2, o edifício, no qual a paróquia tem vindo a implantar o Centro Pastoral, destina-se ao uso das necessidades crescentes da comunidade.

Na cave e em parte do rés-do-chão funcionam os serviços da Cáritas Paroquial (atendimento, banco de alimentos, roupa e ajudas técnicas, loja solidária) a que se soma a Cantina Social, a funcionar desde fevereiro no restaurante ao lado, adquirido pela paróquia. No rés-do-chão funcionará ainda a sala de acolhimento, com um pequeno bar (que permitirá o convívio e um espaço em que os pais podem esperar pelos seus filhos) e um salão paroquial, com capacidade para 200 pessoas.

No primeiro andar a paróquia irá edificar seis salas de catequese, secretaria e uma capela/oratório, onde os grupos de catequese ou de adultos possam rezar.

No segundo andar já funciona a sede do Agrupamento 159 do Corpo Nacional de Escutas e no terceiro andar funcionará o auditório/sala de convívio.

O edifício onde até agora tem estado localizada a ação pastoral será transformado em ATL social, conforme anunciou o padre Mário de Sousa, em 22 de fevereiro na inauguração e bênção da Cantina Social da paróquia.