O presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA) repudiou na segunda-feira a emissão de uma licença para explorar hidrocarbonetos no mar de Aljezur, o que considera colocar em causa o futuro e a imagem da região.

“Esta é uma decisão que afeta gravemente o futuro do turismo na região, pondo em causa os equilíbrios ecológicos e ambientais perante o eventual avanço de uma atividade altamente poluente e perigosa”, afirmou Desidério Silva, citado em comunicado.

Segundo o presidente da RTA, numa região que se afirma cada vez mais no nicho do turismo de natureza, “a decisão de autorizar a prospeção de hidrocarbonetos é claramente um atentado à marca Algarve e ao seu valor para a economia do país”.

O Governo autorizou a prospeção e exploração de hidrocarbonetos ao largo de Aljezur a um consórcio integrado pela ENI/GALP, o que já levou a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) a solicitar ao executivo uma reunião “com caráter de urgência”.

“A decisão da Administração Central é tanto mais surpreendente quando, não há muito tempo, o Governo decidiu, e bem, rescindir os contratos de prospeção e exploração de petróleo no Algarve com a Portfuel e com o consórcio Repsol/Partex”, sublinhou, acrescentando que tudo indicava que os planos de exploração de hidrocarbonetos no Algarve “tinham sido definitivamente anulados”.

Segundo Desidério Silva, “pelos vistos, os cidadãos algarvios estavam enganados, tal como a generalidade dos agentes económicos que operam na região e demais entidades que se têm manifestado contra o avanço daquela indústria”.

O presidente da Região de Turismo do Algarve diz ainda acreditar que a decisão agora tomada “possa ser rapidamente revogada”.

A associação ambientalista Quercus, que também integra a PALP, e a Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA) também divulgaram na segunda-feira comunicados a criticar a licença concedida ao consórcio Eni-Galp para proceder ao furo no mar de Aljezur.