
Os presidentes do Turismo e da Comunidade Intermunicipal do Algarve, Desidério Silva e Jorge Botelho, respetivamente, lamentaram o incumprimento do prazo para conclusão das obras de requalificação na Estrada Nacional 125, anteriormente definido pela concessionária para hoje.
Os dois responsáveis comentavam o anúncio feito na quarta-feira pelo grupo a que pertence a concessionária da requalificação da Estrada Nacional 125 (EN125), a Rotas do Algarve Litoral, a dar conta de que tinha “reprogramado” alguns troços na primeira fase dos trabalhos, entre Vila do Bispo e Olhão, e de que nessas zonas as obras iriam ser suspensas durante o verão e concluídas após 31 de agosto.
Além de lamentarem o incumprimento do prazo, os representantes dos dois organismos consideraram necessário parar os trabalhos no período de maior afluência de turistas à região para não criar mais dificuldades à mobilidade e assegurar as condições de circulação e segurança nos troços que vão permanecer inacabados em julho e agosto.
“O Algarve não precisa de constrangimentos nem de bloqueios, precisa que as vias sejam facilitadoras e haja mobilidade. É evidente que as obras não vão parar amanhã deixando as coisas como estão, elas pararão – e acho que devem parar imediatamente – criando nesses sítios críticos as condições de salvaguarda da segurança das pessoas e dos veículos que transitam nas vias”, afirmou Desidério Silva.
O presidente da Região de Turismo do Algarve reconheceu que, dada a impossibilidade de concluir todos os trabalhos, estes “devem parar, mas de modo a que não se vá na estrada e se vá bater e chocar, ou ter acidentes, com aquilo que ficou na via”.
“Mas acho que isso é de bom senso, devem-se criar condições para uma circulação mais agilizada e mais segura. O que tenho pena é que, durante o período em que se podiam ter feito as obras com menos trânsito, não foram feitas”, criticou, sublinhando que “no ano passado foi assim também”.
Por isso, Desidério Silva pediu aos responsáveis “mais cuidado, mais responsabilidade, mais competência” para resolver uma situação que causa “dramas a quem trabalha e visita a região”, porque “um destino como o Algarve não pode estar sujeito a estes impedimentos”.
Desidério Silva mostrou-se ainda favorável a que “se libertasse a Via do Infante (A22)” de portagens enquanto houver obras na EN125, para “consolidar a mobilidade na região”.
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Jorge Botelho, também lamentou o incumprimento do prazo e pediu para ser analisada a possibilidade de, “ao nível dos contratos, compensar este atraso”.
“Obviamente lamentamos que haja este atraso, porque o Algarve merecia que o compromisso do empreiteiro, e por sua vez o compromisso do Governo com os autarcas, fosse cumprido. Mas não tendo sido cumprido, e tendo sido feitas alterações, defendemos que as obras no Algarve, no verão, não combinam com turismo”, afirmou o também presidente da Câmara de Tavira.
Por isso, Jorge Botelho considera que “mais vale suspender os trabalhos” e “limpar a via para não prejudicarem mais o Algarve”, retomando as obras após o verão.
O autarca frisou que as zonas onde as obras não vão estar concluídas devem ser sujeitas a “limpeza de máquinas, limpeza de vias e sinalização correta para que possa dar fluidez ao trânsito” e alertou para o facto de esta primeira fase da requalificação da EN125 apenas abranger o troço entre Vila do Bispo e Olhão.
“Mesmo quando acabarem as obras do troço que está em curso e que agora vai ser suspenso, as obras da EN125 não estão concluídas, porque depois há um troço entre Olhão nascente e Vila Real de Santo António que ainda falta”, recordou o autarca.