Esta nacional taxa equivale a 819,3 mil trabalhadores no desemprego – mais 48,3 mil pessoas que no trimestre anterior, e mais 130,4 mil pessoas do que no primeiro trimestre de 2011. Também o desemprego jovem (pessoas entre os 15 e os 24 anos) voltou a crescer, para 36,2 por cento.

O Algarve foi a região do país onde o desemprego mais aumentou, sendo que a taxa atingiu o nível inédito nacional de 20 por cento, ou seja, em cada cinco pessoas uma está desempregada na região algarvia.

O delegado do Instituto do Emprego do Algarve atribuiu estes 20 por cento de desemprego à queda na construção civil, mas afirmou que o número de desempregados inscritos diminuiu desde março e que as próximas estatísticas deverão ser mais positivas. Segundo Carlos Baía, neste momento já se regista o início do efeito sazonal que sempre ocorre no Algarve nos meses de maior calor. No entanto, “quando chegarmos a junho esse efeito deverá ser bem maior”, referiu.

Para o delegado do IEFP os dados do INE que terão junho como referência, a publicar em agosto, devem refletir uma inversão da tendência negativa. “Neste momento já temos menos inscrito nos centros de emprego do que em março e até em dezembro do ano passado”, garantiu, sem referir dados concretos.

Quando confrontado com estes números, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Macário Correia, afirmou estar “profundamente preocupado” com os dados que deixam a região algarvia numa situação “dramática”.

Segundo o governante, a paragem das obras na Estrada Nacional 125, suspensas por dificuldades financeiras do consórcio construtor, levou muitas pessoas para o desemprego, um processo que o Estado poderia ajudar a desbloquear. Por outro lado, referiu, que é necessário que se agilizem os procedimentos relativos aos incentivos para obtenção de fundos europeus e que se desbloqueie também o empréstimo bancário, situação que permitiria aos municípios pagar dívidas aos fornecedores.

Também o coordenador da União de Sindicatos do Algarve (USAL) se mostrou preocupado com o aumento “galopante” do desemprego na região, acusando o Governo de “não adotar medidas” que invertam essa tendência.

“O Governo não tem feito nada para travar o desemprego e as medidas que tem tomado tendem a afundar ainda mais a economia do Algarve, como a introdução de portagens na A22”, sublinhou António Goulart.

Liliana Lourencinho com Lusa