Cerca de três dezenas de dirigentes sindicais marcharam pela Rua de Santo António e Jardim Manuel Bívar até ao Governo Civil e levaram as “prendas” onde se podiam ler: “redução de salários”, “aumento do pão 12 por cento”, “aumento da electricidade 3,8 por cento”, “despedimentos”, “destruição de carreiras” ou “grupo Alicoop em perigo”.
O dirigente da União dos Sindicatos considerou que as medidas “estão a direccionar o essencial dos sacrifícios para as camadas mais desfavorecidas da população e os trabalhadores” e “não resolvem a crise”, porque “vão introduzir na economia um efeito recessivo, estrangular as micro, pequenas e médias empresas e conduzir a um crescimento do desemprego”.
Isto "num quadro em que no país temos cerca de 600 mil desempregados e na região, segundo dados oficiais, tínhamos em Novembro mais de 28 mil. E tudo se perspectiva para que cheguemos ao mês de Janeiro com valores nunca atingidos na região”, alertou.
António Goulart disse que as “perspectivas apontam para 33 mil desempregados em Janeiro” e “uma taxa de desemprego perto dos 15 por cento”, mas frisou que a “estimativa pode pecar por defeito” porque “surgem todos os dias encerramentos de empresas e despedimentos colectivos", de que são exemplo a Groundforce, a Unicofa ou o grupo Luna Hotéis.
“Chamo também a atenção para a situação particularmente difícil que atravessa a Alicoop. É urgente que sejam concretizadas as promessas de apoio por parte do poder político e do Instituto de Apoio as Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), porque corremos o risco de também aí termos mais uma centenas largas de trabalhadores com o posto de trabalho em perigo e muitas micro empresas da região a desaparecerem”, acrescentou o dirigente sindical.
António Goulart defendeu que “o normal era o Governo adoptar políticas de promoção do emprego”, mas considerou que “as medidas anunciadas para discussão, nomeadamente sobre a possibilidade de embrandecer despedimentos, estão a fazer um descarado e imoral convite ao desemprego”.
“É inadmissível esta situação e creio mesmo que, no quadro em que o país vive, é criminoso falar em facilitação de despedimentos”, afirmou.
À chegada ao Governo Civil de Faro, a União dos Sindicatos foi recebida pela adjunta da governadora (Isilda Gomes), que ouviu os motivos do protesto e garantiu que os transmitiria à responsável do Governo da república na região do Algarve.