O biólogo sublinhou que a equipa está a tentar com a Universidade do Algarve (UAlg) criar uma unidade piloto para dar apoio à estrutura produtiva.
O esturjão atlântico já habitou nos estuários dos rios Guadiana e do Arade, onde deverá ficar instalada a nova unidade, mas a espécie extinguiu-se em Portugal na década de 1980.
Os promotores do projeto, o biólogo da UAlg, um perito em aquacultura e um empresário “gourmet”, estimam que em 2015 um leque de restaurantes e lojas “gourmet” portugueses possa estar a vender caviar produzido no Algarve.
A ideia é instalar até ao fim do ano uma unidade de produção de esturjão (peixe cujas ovas dão origem ao caviar), para comercializar quatro espécies, embora a mais valiosa, a "beluga", tenha um ciclo de produção que demora sete anos.
Um quilo de caviar daquela espécie, a que demora mais tempo a produzir ovas, pode custar entre 1.000 e 5.000 euros, sendo a expetativa do grupo que em 2016 a unidade possa estar a produzir entre 600 a 700 quilos de caviar por ano.
Apesar de existirem outros locais potenciais no Algarve "já identificados e negociados" Pedro Paulo refere que o mais provável é Lagoa, estando a decorrer negociações com as autoridades para que o projeto possa avançar aí.
Por ser um dos peixes comercialmente mais valiosos do mundo o esturjão está em risco de desaparecer e neste momento praticamente só é possível criá-lo em regime de aquacultura, explicou o biólogo à Lusa.
O mentor da ideia foi Valery Afilov, que durante 12 anos trabalhou no cultivo de esturjão em aquacultura na Ucrânia e que desde que veio para Portugal, há uma década, sempre quis importar a ideia.
O projeto foi distinguido no concurso “Ideias em Caixa”, uma parceria entre o Centro Regional para a Inovação do Algarve (CRIA) e a Caixa Geral de Depósitos.