Algarve_nature_week (57).JPGO escoamento de produtos agroalimentares de zonas do interior em hotéis e restaurantes da região é o objetivo de um estudo que a divisão de empreendedorismo da Universidade do Algarve está a realizar, disse o seu responsável, Hugo Barros.

Hugo Barros dirige o CRIA, a divisão de empreendedorismo e transferência de tecnologia da Universidade do Algarve (UAlg), e explicou à Lusa que o estudo abrange 16 freguesias de baixa densidade da região e deverá estar concluído em dezembro, após dois anos de trabalho.

“O estudo tem um objetivo muito claro que é reforçar os fatores de competitividade das empresas agroalimentares dos territórios de baixa densidade do Algarve”, afirmou Hugo Barros à agência Lusa.

A mesma fonte disse que vai ser feito um “diagnóstico da realidade das trocas comerciais entre o setor agroalimentar e a hotelaria e restauração da região”, no âmbito de um projeto com financiamento europeu, que tem a UAlg como parceira e é liderado pela Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA).

Hugo Barros adiantou que está já em curso um levantamento dos produtores de 16 freguesias de baixa densidade nos concelhos de Aljezur, Vila do Bispo, Monchique, Silves, Loulé, Tavira, Castro Marim e Alcoutim e do consumo de produtos agroalimentares nos hotéis e restaurantes do Algarve.

“O objetivo passa muito por aproximar estas duas realidades, por colocar na hotelaria e na restauração aquilo que são os produtos locais e tradicionais da região, substituindo importações e dando corpo àquilo que são os nossos produtos de referência e de qualidade”, definiu o responsável da divisão de empreendedorismo da Universidade do Algarve.

Hugo Barros frisou que a caracterização da oferta e da procura identificará “os problemas, constrangimentos e também as oportunidades” e essa informação permitirá “atuar sobre as limitações e potenciar os produtos”.

Em causa estão, em muitos casos, “pequenos empresários, com parcos recursos, em territórios dispersos”, que podem ter “falta de carrinhas refrigeradas para transporte ou problemas de embalamento ou de higiene e segurança alimentar”, e é necessário resolver primeiro estas questões para os produtos serem escoados nas empresas do setor turístico, exemplificou.

Desta forma é possível “criar dinâmicas para ter estes produtos disponíveis diretamente ao cliente final e ao turista”, acrescentou.

O projeto, que termina em dezembro de 2017, tem identificadas 150 empresas, vai promover contactos com produtores e unidades hoteleiras e já realizou 26 ações de sensibilização e dinamização do projeto no território, enumerou o diretor do CRIA, realçando que “não se pretende só mapear, mas sim fazer mesmo acordos” entre as partes.

A mesma fonte destacou ainda um objetivo paralelo a alcançar quando o trabalho estiver concluído, que passa pela criação de “um catálogo on-line de produtos agroalimentares locais, para que pequenos produtores possam ter uma plataforma de venda direta e escoar também para fora da região”.