Com os vendedores de toalhas, toalhetes, centros de mesa, colchas e outros atoalhados a temerem pelo futuro devido à falta de clientes espanhóis, é frequente encontrar visitantes provenientes do outro lado da fronteira em restaurantes e praias do concelho, aproveitando a gastronomia e as especificidades da costa algarvia.
Maria Martinéz, residente em Huelva, disse à Lusa que costuma vir a Portugal "frequentemente" para comer, "sobretudo bacalhau", e que as compras já não atraem tanto como noutros tempos.
"Os preços estão cada vez mais altos e já não compensa comprar coisas cá. Nós costumamos vir, quando temos um tempinho, mas para comer, porque a gastronomia aqui é muito boa e mais barata", explicou.
Acompanhada pelo marido, Maria Martinéz disse ainda que, de vez em quando, também aproveita as deslocações ao Algarve para ir às praias, que disse serem "melhores que as de Espanha".
"Aqui há bons restaurantes junto à praia, a areia é mais branca e gostamos muito de vir passar o dia, comemos e depois regressamos", acrescentou.
Felipe Castro, residente em Lepe, também disse ser frequentador assíduo dos restaurantes do lado português da fronteira, aos quais costuma ir várias vezes com um grupo de sete ou oito amigos espanhóis, que vêm de propósito a Portugal para comer.
"Venho todas as semanas uma ou duas vezes comer cá. O peixe é muito bom, assim como a açorda e o arroz de marisco. Gosto muito e às vezes venho com um grupo de amigos", afirmou.
Felipe Castro afirmou que é raro vir fazer compras.
"Sei que antigamente os espanhóis vinham muito comprar nas lojas de Vila Real de S. António, mas hoje não compensa tanto, porque também há esses produtos em Espanha e a diferença de preços já não é tão grande", acrescentou.