
Depois da Sé de Faro, no passado dia 13 deste mês, o bispo do Algarve procedeu este fim de semana à abertura das Portas Santas de mais três das cinco igrejas jubilares algarvias.
No sábado, D. Manuel Quintas abriu a Porta Santa na Sé de Silves e ontem abriu também as Portas Santas, de manhã na igreja matriz de Portimão e à tarde na igreja de Santa Maria de Tavira.
O prelado voltou a deixar claro o que já tinha destacado na Sé de Faro, sublinhando que é Cristo a «porta» pela qual se tem de «passar». “O encontro com Cristo é o que se pretende com este Ano Jubilar”, explicou.
No Algarve, a celebração do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, proclamado pelo papa, de 8 de dezembro deste ano a 20 de novembro de 2016, está associada a dois sacramentos: o batismo e a reconciliação. Relativamente ao primeiro pretende-se a sua redescoberta através da valorização do batistério, cuja porta, nas igrejas jubilares, é a Porta da Misericórdia. Relativamente ao sacramento da reconciliação é proposta a recuperação ou criação de um “espaço digno e acolhedor” e a criação de um dia para adoração eucarística e celebração do sacramento.
Nas eucaristias deste fim de semana justificou-se essa associação, recordando-se que “um dos grandes sinais da misericórdia de Deus é o sacramento do batismo”. “Ele é a «porta» pela qual temos acesso ao abraço misericordioso de Deus que perdoa os nossos pecados, nos faz participantes da sua própria vida (a vida eterna), torna-nos seus filhos adotivos e insere-nos no povo dos redimidos, a Igreja. Por esta porta entramos na salvação oferecida por Jesus. Por isso, é significativo que a Porta Santa nesta igreja jubilar seja a porta do batistério”, afirmou o bispo diocesano nas celebrações. “Passar por ela não é realizar um gesto mágico, mas fazer memória da indulgência plenária que o Senhor nos concedeu pelo batismo e que se renova, pela misericórdia de Deus, no sacramento da Reconciliação”, advertiu D. Manuel Quintas.
“A Porta Santa simboliza a passagem do pecado à graça, do afastamento à proximidade com Deus, que não se cansa de nos perdoar e renovar em nós a graça batismal e, por isso, de nos abrir em todas as circunstâncias a porta da sua misericórdia. Que com a abertura desta Porta Santa se abram também as portas da nossa vida à misericórdia de Deus, que se derrama na nossa misericórdia para com os irmãos”, prosseguiu ainda o bispo do Algarve.
O rito de abertura das Portas Santas das igrejas jubilares teve início com a bênção da água que foi aspergida sobre a assembleia e foi levada, no final das missas, para as paróquias que constituem cada vigararia. Em Silves, a «abertura» da porta do batistério foi realizada logo no início da celebração e a água benta depositada de seguida na pia batismal. Em Portimão e Tavira, a procissão para o batistério com um andor com a água benta realizou-se só depois da homilia.
Nas celebrações, o bispo diocesano frisou que para se celebrar bem o Ano Santo da Misericórdia “é importante passar aquela porta, rezar a oração que está lá dentro e professar a verdadeira fé” com a renovação das promessas do batismo.
D. Manuel Quintas justificou que a valorização no Algarve do batismo em associação ao Jubileu da Misericórdia pretende dar “mais realce” ao “sentido da conversão pessoal e do acolhimento da misericórdia de Deus”. “De certa maneira, redescobrir o batismo é acolher a misericórdia de Deus, é deixar que Deus nos purifique e fortaleça”, sustentou, lembrando que aqueles que fazem memória do batismo “confirmam a sua fé e a sua adesão à pessoa de Cristo”.
O bispo diocesano lembrou que, “unido ao batistério está o confessionário, outro espaço importante na vivência deste Ano Jubilar”, porque o sacramento de reconciliação “ajuda a redescobrir o batismo”. “Através do sacramento reconciliação redescobrirmos o batismo e avivarmos a nossa fé”, afirmou, lembrando que “celebrar o Ano da Misericórdia é deixar-se amar por Deus e deixar-se perdoar por Ele”.
D. Manuel Quintas destacou também o sacrário como terceiro espaço de realce neste Jubileu e que aponta para outro sacramento: a eucaristia. “A eucaristia é o alimento que nos fortalece e que reforça em nós a graça batismal”, disse.
D. Manuel Quintas lembrou ainda que a peregrinação é outra das caraterísticas de um Ano Jubilar que pretende significar em cada cristão a sua condição de membro de uma “Igreja peregrina”, sabendo que esta peregrinação “não é outra coisa senão passar por Cristo”. A celebração do Ano Santo no Algarve prevê assim a realização de peregrinações à igreja jubilar mais próxima, à Sé de Faro ou ao Santuário da Mãe Soberana, em dias a estipular por cada uma das entidades.
O prelado, que evidenciou ainda a importância da oração pelo papa, apelou à prática das obras de misericórdia corporais e espirituais. “Todo este percurso é para partilharmos o temos e o que somos com os outros. O Ano Jubilar tem sempre uma implicação social, de maior atenção aos outros, a começar pelos de casa”, afirmou, referindo-se ao objetivo do jubileu e considerando que “o serviço aos outros é o «termómetro» que mede a verdade da fé”.
A celebração em Silves contou com a presença da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima que estava de visita àquela paróquia, tendo seguindo no final da missa para São Bartolomeu de Messines.
Em Tavira, o bispo procedeu ainda à administração do sacramento do Crisma a 37 jovens e adultos, a quem pediu que sejam “apóstolos da misericórdia”.
No Algarve falta agora abrir apenas a Porta Santa de uma das igrejas jubilares, a do Santuário da Mãe Soberana, em Loulé, que será aberta no próximo dia 1 de janeiro de 2016 pelas 15h.
O programa de celebração no Algarve do Jubileu da Misericórdia inclui ainda diversas iniciativas.
Abertura da Porta Santa na Sé de Silves
Abertura da Porta Santa na igreja matriz de Portimão
Abertura da Porta Santa na igreja de Santa Maria de Tavira