D_francisco_gomes_avelarA Diocese do Algarve celebra, este ano, o segundo centenário da morte de D. Francisco Gomes do Avelar, bispo do Algarve de 1789 até ao seu falecimento, em 1816.

Segundo nota enviada pelo Gabinete de Informação da Diocese do Algarve (GIDAlg), o programa de comemorações inicia-se já amanhã, 20 de maio, na catedral de Faro, com a apresentação da ‘Cantata Mundi’, de Rodrigo Leão, interpretada pelo Coral Ossónoba, orquestra e órgão histórico da catedral, tendo como solista o barítono Rui Baeta. O concerto, com arranjos do cantar e de Ana Margarida Encarnação, está marcado para as 21.15h.

Ainda em este mês, mas no dia 27, pelas 21.15h, Anísio Franco, técnico superior do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, proferirá, no salão do seminário de São José (Faro), a conferência “A encomenda de pintura figurativa pelo bispo do Algarve, D. Francisco Gomes do Avelar”.

Para julho estão previstas diversas iniciativas, nomeadamente duas conferências, ambas realizadas no Seminário de São José, às 21.15h: a primeira no dia 01, proferida por José Eduardo Horta Correia, professor jubilado da Universidade do Algarve, que abordará “O significado do mecenato do bispo do Algarve, D. Francisco Gomes do Avelar”; a segunda, ocorrerá no dia 18, sendo da responsabilidade de Francisco Lameira, docente na Universidade do Algarve, que falará sobre “A encomenda de retábulos pelo bispo do Algarve, D. Francisco Gomes do Avelar”.

No dia 19 de julho, data em que se assinala o aniversário da dedicação da Catedral de Faro, haverá uma eucaristia pelas 18h e pelas 21.30h, um concerto pelo Coral Ossónoba e órgão histórico da catedral, sendo interpretada a “Missa da Coroação” de Mozart.

Um concerto pelo Coral “II Capítulo” terá lugar no dia 30 de julho, após a eucaristia das 21.30h, encerrando-se a programação deste mês.

Em agosto o programa prossegue com a apresentação da Oratória Mariana na Catedral de Faro, interpretada por Teresa Salgueiro. Este concerto terá lugar dia 12, pelas 21.30h.

“O programa das comemorações prosseguirá até dezembro, com programação que será oportunamente divulgada”, refere o documento, acrescentando que D. Francisco Gomes do Avelar “foi um prelado estimado, tanto pela gente culta como pelos simples, tendo percorrido toda a região, inteirando-se das necessidades dos diocesanos, pelos quais começou a ser apelidado de «bispo-santo», atribuindo-se-lhe notáveis milagres, que a tradição oral foi retendo”. “Determinado edificador e restaurador do Algarve e até prestigiado como governador das armas, cargo que lhe foi conferido a partir de 1808, nada escapou ao seu zelo pastoral: a atenção à agricultura, à qual dedicou pastorais sobre o respectivo tratamento; a construção de pontes e estradas; a atenção ao amanho, preparo e comércio dos figos ou os conselhos sobre a enxertia dos zambujeiros, conferem-lhe um papel social único, entre todos os prelados que ocuparam a Sé do Algarve”, prossegue a nota do GIDAlg.

O documento refere que “a cidade de Faro, em especial, deve-lhe uma redefinição urbana italianizante de gosto neoclássico de enorme importância”. “É ele que chama o arquitecto genovês Francisco Xavier Fabri, autor do desenho do Arco da Vila. Notável também o edifício do Seminário e Hospital da Misericórdia, que, como provedor, faz construir, e que se enquadra nessa renovação urbana. Além disso, com a ajuda de Fabri, acudiu a outras obras, como a igreja de Estoi e a igreja de Aljezur, além das muitas mais que conheceram o seu diligente zelo. O seu notável o empenho e a obra foi reconhecido pela Santa Sé, que, em 1714, lhe conferiu o título pessoal de arcebispo”, conclui.