A Diocese do Algarve quer que o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência seja uma realidade nas paróquias.
O bispo do Algarve apelou no passado sábado, na Assembleia Diocesana que reuniu cerca de 400 representantes das paróquias, dos serviços e movimentos da diocese algarvia no Centro Pastoral de Pêra, a que surja este serviço a nível paroquial ao longo deste ano 2016/2017. “É urgente e é um dos apelos que nos faz o papa Francisco”, recordou D. Manuel Quintas, apelando à integração das pessoas portadoras de deficiência nas comunidades paroquiais.
Recorde-se que a Diocese do Algarve criou em dezembro de 2015 o Serviço Diocesano Pastoral a Pessoas com Deficiência (SDPPD) integrado no Departamento Diocesano da Pastoral Social. Isso mesmo o recordou o diácono Rogério Egídio, assistente do SDPPD, na intervenção que teve no final da Assembleia Diocesana. “Constatamos que há várias famílias católicas que estão afastadas das nossas igrejas porque têm filhos especiais”, lamentou ainda.
Aquele responsável apresentou Margarida Santos, uma criança surda-muda que está integrada na catequese da paróquia da Sé de Faro e no Agrupamento 1324 do Corpo Nacional de Escutas, onde os restantes membros aprenderam língua gestual para poderem com ela comunicar.
“O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência é expressão de uma Igreja que acolhe a todos. Porque somos todos filhos do mesmo Pai, a nossa missão é acolher, ajudar, integrar para que todos, sem excepção, estejamos unidos a Ele. Queremos quebrar barreiras, todas e quaisquer que elas sejam, humanas ou arquitetónicas. Queremos ir ao encontro das pessoas com deficiência e das suas famílias, anunciando a Boa Nova e conscientes do papel que as pessoas com deficiência têm que desenvolver na Igreja e na sociedade. As famílias e cuidadores das pessoas com deficiência merecem uma especial atenção, já que tal deficiência no irromper da vida gera um desafio profundo e inesperado e transforma os equilíbrios, os desejos e as expetativas”, afirmou o diácono Rogério Egídio.
Citando Bento XVI na exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), lembrou que “merecem uma grande admiração as famílias que aceitam com amor a prova difícil de um filho deficiente”. “A família poderá descobrir, juntamente com a comunidade cristã, novos gestos e linguagens, formas de compreensão e identidade no percurso de acolhimento e cuidado do ministério da fragilidade”, acrescentou.
A equipa diocesana do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, previamente à sua nomeação realizou duas Jornadas da Pessoa com Deficiência e a campanha do Advento 2014 para a catequese, tendo organizado a terceira Jornada e Jubileu da Pessoa com Deficiência já este ano, após a sua nomeação.
Para o ano 2016/2017 estão previstas as IV Jornadas da Pessoa com Deficiência e a Jornada e Peregrinação Jubilar das Pessoas com Deficiência de 16 a 18 de junho de 2017. “Desejamos que a peregrinação seja um contributo para a construção de um novo olhar social sobre esta população”, afirmou o assistente.