A igreja matriz de Portimão reabriu ao culto, no passado dia 5 deste mês, após oito meses de obras profundas de recuperação, com a celebração da Eucaristia presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, e concelebrada pelo bispo emérito do Algarve, D. Manuel Madureira Dias, pelo padre Mário de Sousa, pároco daquela comunidade, e por muitos outros sacerdotes algarvios que se quiseram associar ao momento festivo.
D. Manuel Quintas, na sua homilia, destacou mesmo a alegria sentida por todos com aquela nova etapa na vida do templo portimonense. “Encontramo-nos aqui reunidos com grande júbilo para celebrarmos festivamente a reabertura desta igreja matriz, certamente a primeira e mais importante referência espiritual e cultural desta cidade de Portimão”, começou por afirmar o prelado.
Perante uma multidão que encheu por completo a igreja agora recuperada (e que incluiu pessoas de outras paróquias por onde já passou o padre Mário de Sousa), o bispo diocesano confirmou que “o estado avançado de degradação a diversos níveis, com a previsão de alguma insegurança a curto prazo, tornou urgente e inadiável a intervenção agora realizada”.
D. Manuel Quintas congratulou-se com a “coragem e determinação” demonstrada pelos paroquianos e pelo pároco que soube “unir vontades, congregar energias, apontar caminhos, estabelecer prioridades e definir metas”.
O bispo do Algarve, que manifestou o seu “reconhecimento” a todas as entidades e instituições, públicas e privadas, e enalteceu a “generosidade” de tantos pelo “apoio e contributo, sem os quais não teria sido possível concretizar esta grande intervenção”, considerou que a reabertura da igreja, como “espaço sagrado onde se reúne a comunidade”, constitui uma “oportunidade para fortalecer os pilares sobre os quais deve assentar” a sua “vida e testemunho cristão”. “Que este templo, que hoje resplandece de luminosidade, beleza e harmonia, possa ser, no presente e no futuro, reflexo e espelho da qualidade da vossa presença e intervenção no mundo aos mais diversos níveis da vida”, desejou.
D. Manuel Quintas exortou ainda a que a reabertura da igreja, “com tudo o que ela sugere sobre a beleza e a presença de Deus”, possa “ser estímulo na fé, fortaleza na esperança, autenticidade no amor e impulso dinamizador no anúncio do Evangelho e no testemunho de Cristo”.
O padre Mário de Sousa, que considerou que a igreja matriz ficou “lindíssima”, destacou que “o espaço ficou muito valorizado, sobretudo, porque se torna mais sinal dessa presença de um Deus que quer fazer história com os homens”.
Após a Eucaristia, realizou-se o jantar, inicialmente previsto para o salão dos Bombeiros Voluntários, mas que acabou por se realizar no pavilhão Portimão Arena “porque o número de pessoas ultrapassou as expectativas”.
Entretanto, as obras na igreja matriz irão continuar nos anexos (sacristia e cartório) e no exterior do templo, sendo que o pároco espera que os trabalhos terminem a tempo das celebrações pascais. Assim, ao fim de semana, o culto realiza-se na igreja matriz e, de segunda a sexta-feira, na igreja do Colégio.
O pároco diz que as obras deverão orçar em cerca de 800 mil euros. A Câmara de Portimão subsidiou os trabalhos em 220 mil euros. Para além deste apoio da autarquia, também a Bouygues Imobiliária responsabilizou-se pelo arranjo exterior do edifício que não estava previsto e que deverá ascender a cerca de 170 mil euros e a Junta de Freguesia de Portimão pelo restauro e recuperação dos quatro altares laterais. Nos últimos dias chegou mais um apoio por parte da Sonae no valor de 25 mil euros.
Samuel Mendonça