O grupo algarvio de 16 crianças, seis catequistas e seis pais que estão a participar na primeira Jornada Mundial das Crianças (JMC) saiu na última madrugada do aeroporto de Faro rumo a Roma para participar naquele encontro com o Papa Francisco que se prolonga até amanhã.
As crianças dos 10 aos 12 anos, do 5º ao 7º ano de catequese, da comunidade de São Paulo, no Patacão, pertencente à paróquia de São Pedro de Faro, acompanhados dos pais e catequistas partiram por voltas das 4h de hoje e chegaram bem cedo à capital italiana.
Dirigiram-se depois para as imediações do Estádio Olímpico de Roma, onde decorreu o encontro inaugural da I JMC com o Papa Francisco. À chegada puderam visitar a feira das vocações, montada à volta daquele recinto desportivo, composta por stands que incluem jogos didáticos e brindes de oferta às crianças.
Naquele primeiro momento, os algarvios receberam os chapéus de cor vermelha, indicadora da zona do estádio onde ficaram, e puderam interagir com participantes de outras nacionalidades e culturas.
Já no interior do estádio assistiram à chegada do Papa, após o ambiente de grande alegria e confraternização que ali se viveu. Francisco recordou todos os menores que sofrem pela guerra e evocou o encontro desta manhã que teve com crianças que fugiram da guerra na Ucrânia, lembrando a dor que transpareciam. “São realidades que trago no coração e também eu rezo por elas. Rezemos pelas crianças que não podem ir à escola, que sofrem a guerra, crianças que não têm o que comer, crianças que estão doentes e ninguém cuida delas”, pediu.
Em comunicado enviado à Agência Ecclesia, a Santa Sé informa que milhares de participantes de 101 nacionalidades se reuniram naquele estádio, num encontro de música, desporto, reflexão espiritualidade “Em vós, crianças, tudo fala de vida e futuro. E a Igreja, que é mãe, acolhe-vos e acompanha-vos com ternura e esperança. No dia 7 de novembro passado, tive a alegria de acolher no Vaticano vários milhares de crianças de diversas partes do mundo. Naquele dia, trouxestes uma onda de alegria, e destes-me a conhecer as perguntas que vos pondes sobre o futuro”, começou por dizer o Papa.
Segundo Francisco, aquele encontro ficou no seu coração e por isso rezou e compreendeu que aquele diálogo “devia continuar e alargar-se a muitas outras crianças e adolescentes”. “E é por isso que estamos aqui hoje: para continuar a dialogar, a interrogar-nos e, juntos, procurar as respostas”, indicou.
Depois da intervenção inicial, o Papa respondeu a questões de várias crianças, começando por um menino da Colômbia, que questionou Francisco sobre se a “paz é sempre possível?”. “O que é que vocês pensam? A paz é sempre possível ou não?”, questionou Francisco.
Depois da resposta “sim” ecoar no estádio, Francisco perguntou a uma das crianças o que faria se tivesse um problema com outro menino. “Perdoar e pedir desculpa”, respondeu. “O que podemos fazer nós crianças para tornar o mundo melhor?”, perguntou uma menina de 9 anos, do Burundi.
“O que eu posso fazer para que o mundo seja melhor? Brigar? Falar amavelmente? Brincar juntos? Ajudar os outros?”, questionou Francisco, que sublinhou que fazendo todas estas ações “o mundo será melhor”.
Confrontado com a questão “Como podemos fazer para amar todos, todos, todos?”, o Papa assumiu que esta era um pergunta difícil. “Não é fácil, nós devemos começar pouco a pouco, amar aqueles mais próximos, amar aqueles que estão próximos a nós, e assim ir avante”, referiu.
A Jornada Mundial das Crianças conclui-se na Praça de São Pedro, com a Missa dominical presidida pelo Papa Francisco, que contará com a concelebração do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, que está também em Roma, e um monólogo do ator e realizador italiano Roberto Benigni, após a recitação do ‘Regina Coeli’.
O Papa Francisco confiou ao Dicastério para a Cultura e a Educação, que é presidido pelo cardeal José Tolentino Mendonça, a sua organização, a partir do tema “Eis que faço novas todas as coisas”.
com Agência Ecclesia
Grupo algarvio de participantes na primeira Jornada Mundial das Crianças recebeu bênção
