Com esta temática a orientar todo o dia de reflexão, o arcebispo de Santo Domingo, D. Francisco Ozoria, apontou a centralidade da Eucaristia como prioridade diante de todas as outras atividades pastorais e mesmo atividades de índole social. Os congressos eucarísticos querem que a cada quatro anos se repita a preocupação e o amor à Eucaristia, para que realmente seja, como referiu e ensinou o Concílio Vaticano II, “centro e cume da vida da igreja”. A Eucaristia deve estar antes da evangelização e da pastoral social, enfatizou. Todas essas atividades e ações sem a Eucaristia são vazias! Jesus Cristo dá-Se realmente por nós. Somos redimidos por Ele e neste sacramento, é a Ele que celebramos!

A Irmã Daniela Cannavina, após a Eucaristia, começou por dizer-nos que o Evangelho e a Palavra nos reúnem como irmãos à volta da mesa. Que nós integremos todos numa comunidade global porque a ternura nos humaniza. O objetivo de Jesus é que nos integremos na comunidade global onde a revolução da ternura se torna um verdadeiro eco de todos os gestos eucarísticos porque tudo passa pela entrega plena de Jesus que na Eucaristia nos convida a ser mesmo irmãos, sem reservas, ultrapassando todas as fronteiras humanas.

Partir o pão é uma forma de comer que expressa uma forma de viver… desta memória nasce a nossa fraternidade. A partir do gesto eucarístico nascem as nossas relações horizontais, gratuitas e abertas em todas as formas de vida. A mesa precisa de estar disposta mas deve ser acessível por todos os lados… o diálogo, a convergência e o entendimento são os caminhos para comermos juntos e constituem um momento altamente privilegiado.

Como ampliamos HOJE a mesa da fraternidade? Como passamos do eu ao outro? Como concretizamos o sonho de uma igreja sinodal? Somos diante do mundo um sinal perceptível de fraternidade?

Tudo isto é eco do Senhor que Se despojou a Si mesmo, e diante deste exemplo, também nos é perguntado: onde está o teu irmão? Quais são os marginalizados de hoje?

Partilhar a mesa com os excluídos significa partilhar o espaço sagrado. As refeições de Jesus são sinais objetivos de que o reino chegou… na mesa existem espaços igualitários porque há comunhão e fraternidade. Esta é a ”comensalidade” aberta que Jesus inaugurou… é uma dinâmica inclusiva do banquete eucarístico.

Colocar de pé os “invisibilizados” da sociedade… parte de nós. Não é tempo de desviar o olhar ou passar ao lado. Somos companheiros e “Companheiro” é aquele com quem se partilha o pão: “cum + pannis”, explicou. Somos irmãos porque comemos à mesma mesa.

Como ser comunidade de celebração e festa? De gratidão e gratuidade? Talvez o caminho seja o de oferecer a todos o pão da Palavra e o Pão da Vida presente e futura. – Entremos nos caminhos de uma fraternidade universal que foi redimida…

Pensemos com os pés porque apenas caminhando com os pés no barro seremos mais irmãos e irmãs…

E eu? E tu? “Pensa também com os pés”.

P. Pedro Manuel
Delegado Diocesano ao Congresso Eucarístico Internacional – Quito/Equador