Igreja

Renovamento Carismático Católico no Algarve reuniu-se para celebrar e partilhar a fé

72
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O Renovamento Carismático Católico (RCC) no Algarve realizou a sua assembleia diocesana no passado domingo, 27 de outubro, em Quarteira, no complexo paroquial de São Pedro do Mar, tendo como tema “Vivei no Fogo do Espírito Santo”, “sustentado na palavra bíblica do profeta Ezequiel «Vou introduzir em vós o sopro da Vida para que revivais» (Ez 37, 5)”.

Mais do que para marcar o arranque do novo ano pastoral, o encontro dos cerca de 15 grupos algarvios do movimento serviu, sobretudo, para celebrar. “O nosso intuito não é propriamente marcar um ano que recomeça porque nós estamos sempre em recomeço. Todas as semanas, no grupo de oração, recomeçamos a nossa vida”, explicou ao Folha do Domingo o coordenador diocesano do RCC.

António Aparício testemunhou que os grupos de oração se juntam em assembleia para “partilharem e viverem em conjunto” porque, apesar de participarem nos conselhos diocesanos, são poucas as oportunidades que têm para que isso aconteça. “A assembleia diocesana proporciona-nos uma experiência de partilha, de vivência, em que podemos partilhar com os irmãos as dificuldades, as alegrias, os problemas que, às vezes, encontramos”, sustentou.

Essa foi precisamente o objetivo do primeiro momento que se seguiu ao acolhimento dos participantes e à adoração ao Santíssimo Sacramento com que teve início a assembleia. A partilha das dificuldades que os grupos de oração vão sentindo foi orientada por Ana Paula Aparício, vice-coordenadora do RCC.

Lembrando existirem grupos do RCC no Algarve que já têm mais de 40 anos de fundação, António Aparício explicou que as dificuldades não estão relacionadas apenas com a idade avançada dos seus membros. Aquele responsável da Equipa de Serviço Diocesano do RCC lamentou existir algum preconceito para com aqueles grupos carismáticos que exprimem muito o seu louvor por via corporal, sobretudo através de gestos que acompanham os cânticos, numa Europa onde diz predominar o “racionalismo cristão”. “Ainda há esta limitação de comportamento como se para louvarmos a Deus tenhamos de estar em sentido”, garantiu, lembrando que as assembleias “vivas” do RCC, com “momentos de louvor, muitas vezes, mais cantado do que proclamado”, nasceram no seio de outra cultura, a norte-americana.

“O RCC irrompeu na América e quando chegou à Europa foi verdadeiramente um fogo que se ateou. E ainda hoje é porque temos um contrapeso na Europa: enquanto nos países da Europa, dita ocidental, o RCC está com algumas dificuldades em voltar a crescer como antigamente, na Europa, dita oriental, é um fogo do Espírito”, garantiu aquele coordenador, sublinhando ser a pluralidade de diferentes modos de viver o Cristianismo que “dá vida à Igreja”.

Da parte da tarde, o encontro prosseguiu com um momento de “animação e louvor” orientado pelo grupo coral e de oração ‘Adoramus-Te’ do RCC da Diocese de Aveiro, que assegurou a animação musical do dia. Foi ainda recitada a oração do terço e realizado por António Aparício um momento de “ensinamento” e o dia terminou com a celebração da Eucaristia, presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas.

A Conferência Nacional do RCC tem personalidade jurídica canónica e personalidade jurídica civil, nos termos da Concordata, entre a Santa Sé e a República Portuguesa; para além das equipas diocesanas também fazem parte da conferência três comunidades – Emanuel, Canção Nova e Cristo Betânia.

O RCC nasceu durante um retiro de estudantes da Universidade Duquesne de Pittsburgh (Pensilvânia – EUA), em 1967 e está hoje presente em mais de 200 países, com mais de 120 milhões de membros.

Folha do Domingo

GRÁTIS
BAIXAR