A Companhia de Jesus (jesuítas) chegou à Diocese do Algarve em 1599 e, depois de ter sido expulsa pelo Marquês de Pombal em 1759, regressou ao Algarve em 1975, tendo como protagonistas os padres Arsénio Castro da Silva e Domingos Monteiro da Costa.

Foto © Humberto Martins
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Os 50 anos da chegada do padre Domingos da Costa – o único dos dois ainda vivos – à paróquia da Mexilhoeira foi assinalada por aquela comunidade paroquial no passado dia 04 de outubro com a Eucaristia na igreja paroquial da Mexilhoeira Grande presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, e no dia 05 de outubro, com um concerto do Coro de Santo Amaro de Oeiras, na mesma igreja.

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Na Eucaristia, o bispo diocesano comparou a realidade de há 50 anos com a atual, considerando que o caminho percorrido sob a liderança do pároco constitui o testemunho da concretização das leituras do último domingo. D. Manuel Quintas realçou, por isso, aspetos como a importância de se reconhecer com “humildade” a “pequenez e finitude”, acolhendo, “agradecidos, os dons de Deus” e a “comprometer-se com o reino [de Deus], sem cálculos nem exigências”, entregando-se, “confiantes, nas suas mãos”. “Percorrer o «caminho do Reino» com coragem e determinação, capacita o discípulo para realizar algo que ninguém seria capaz de prever, mas que transforma tudo à sua volta. E, cumprida a sua missão, resta ao discípulo sentir-se servo humilde de Deus, agradecer-lhe pelos seus dons, entregar-se, com humildade e confiança, nas suas mãos”, referiu.

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D. Manuel Quintas acrescentou ao sentido de “ação de graças a Deus” o “reconhecimento ao padre Domingos porque não vacilou na fé e na confiança em Deus”, deixando o “testemunho de «servo útil», porque se deixou conduzir por Deus, autor de todo o bem”. “E foi surpreendente o agir de Deus através do padre Domingos”, acrescentou, agradecendo igualmente à Companhia de Jesus “que também acreditou e confiou no seu serviço” à diocese algarvia.

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Após a benção final, o padre Vítor Lamosa, superior da comunidade jesuíta algarvia, leu uma carta do provincial dos sacerdotes da Companhia de Jesus, padre Miguel Almeida, que não pôde estar presente e foi também lida uma saudação da paróquia, agradecendo o trabalho desenvolvido pelo pároco.

Na intervenção foi lembrado que o edifício da igreja “estava a ruir” e “a comunidade paroquial estava amorfa”. “A igreja, que estava ameaçar ruína, quer estruturalmente quer espiritualmente, viu o seu edifício recuperado e cuidado e a comunidade paroquial foi-se renovando e moldando pela identidade inaciana. Em paralelo com a recuperação, evangelização, formação e responsabilização da comunidade paroquial, o padre Domingos viu necessidades que iam muito para além dos ritos religiosos: era urgente criar condições para as crianças crescerem e brincarem com segurança, e assim arregaçou mangas para construir o Jardim Infantil, mas também os idosos desta freguesia rural temiam pelo abandono na sua velhice, preocupado por tantos gritos mudos, o P. Domingos adaptou a idealizada residência paroquial no Lar de Idosos da Mexilhoeira Grande e mais tarde sonhou e concretizou a arrojada e inovadora Aldeia de São José de Alcalar”, realçou-se, evidenciando que o sacerdote chegou àquela paróquia e, posteriormente à de Odiáxere, “como um missionário, que soube não só evangelizar, mas sobretudo escutar e ser voz de quem estava esquecido”.

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No final da celebração, concelebrada para além do pároco homenageado e do padre Vítor Lamosa, pelos restantes padres jesuítas Gonçalo Machado e Frederico Lemos e servida ainda pelo diácono Nuno Francisco, a Junta de Freguesia e o Município de Portimão também quiserem assinalar a data e agraciar o padre Domingos da Costa com uma lembrança.

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O bispo do Algarve agradeceu ainda o serviço do sacerdote à Diocese e ofereceu-lhe uma imagem do Bom Pastor e o sacerdote homenageado interveio para relembrar os acontecimentos dos dias 04 e 05 de outubro de 1975 que envolveram a sua chegada.

Seguiu-se a entrega de medalhas celebrativas dos 500 anos da igreja e dos 50 anos da vinda do sacerdote e, depois da Eucaristia, foi descerrada uma lápide alusiva àquele jubileu. Após a celebração, seguiu-se o jantar partilhado, com cerca de 130 pessoas das três paróquias algarvias (Mexilhoeira Grande, Nossa Senhora do Amparo de Portimão e Odiáxere) confiadas à Companhia de Jesus.

com Humberto Martins

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