O governante falou aos jornalistas após ter estado no pavilhão dedicado à prevenção rodoviária
montado pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), Automóvel Clube de Portugal (ACP) e Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária junto ao estádio Algarve, quartel general até domingo do Rali de Portugal

Rui Pereira garantiu que a aposta é a de se "continuar no caminho da redução da sinistralidade", que considerou ser "um desígnio planetário", e frisou que "nos últimos 20 anos foram feitos grandes progressos" naquela matéria.

"De um país onde havia uma espécie de guerra civil nas estradas, em que morriam por ano mais de 2600 pessoas na década de 80, passámos para um país com números muito diferentes, tendo no ano passado morrido menos de 800 pessoas", afirmou, frisando que quer um "objetivo ainda mais ambicioso" e reduzir as mortes nas estradas "até ao limite, até ao zero".

Confrontado com a possibilidade de as medidas de austeridade para corrigir o défice virem a afetar a prevenção rodoviária, Rui Pereira respondeu que estão a ser feitos "os esforços que estavam previstos" para realizar campanhas de sensibilização "através do fundo de garantia automóvel" e que a própria redução do número de acidentes já ajuda a poupar.

"Se quisermos ver esse problema também numa perspetiva económica, e não é essa a primeira que vemos, concluiríamos que há uma poupança brutal de disponibilidades financeiras quando reduzimos os acidentes", afirmou.

Rui Pereira sustentou a ideia, dizendo que "desde o sistema de saúde, ao sistema de proteção e socorro, cada acidente e cada hospitalizado custam muito caro aos portugueses" e por isso considera o investimento nesta área rentável.

O governante foi acompanhado durante a visita pelos presidentes do ACP, Carlos Barbosa, e da FIA, o francês Jean Todt, que afirmou que "a segurança rodoviária é essencial para a sociedade" e recordou que "no ano passado houve 1,3 milhões de pessoas mortas na estrada".

"A sinistralidade nas estradas está entre as piores fatalidades como a malária, o HIV. Estamos muito satisfeitos por toda esta campanha ‘Faça a estrada segura", decidida por uma resolução da ONU no mês de março em Nova Iorque, e, se todos trabalharmos convenientemente em todo o Mundo, conseguiremos evitar que estes números dupliquem até 2030, salvando milhões de vidas", disse Jean Todt.

O líder da FIA elogiou os resultados conseguidos na redução do número de mortes nas estradas em Portugal na última década, trabalho pelo qual disse ter "grande admiração e respeito".

"O número de mortes desceu de mais de 2000 para menos de 800. Ainda é um número elevado de mortes, mas é uma grande evolução e espero que na próxima década se progrida mais na direção certa", frisou.

Lusa