O presidente da Câmara de Faro aplaudiu a intenção do Governo em investir numa ligação ferroviária direta entre a cidade e o aeroporto, mas lamentou que o Algarve tenha ficado desfavorecido no investimento global face a outras regiões.
O projeto de ligação de comboio ao aeroporto não estava originalmente discriminado no relatório produzido pelo Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado, que prevê para o Algarve um investimento de 131 milhões de euros: 66 milhões para o aeroporto, 55 milhões para a linha ferroviária e 10 milhões para os portos de Portimão e Faro.
O Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 3+, foi ontem divulgado no Portal do Governo, mas as linhas gerais já tinham sido apresentadas na semana passada pelo ministro da Economia.
O documento contempla um conjunto de 59 investimentos prioritários, que envolvem um investimento global de 6.067 milhões de euros, a maioria dos quais nos setores marítimo-portuário e ferroviário.
“[A ligação de comboio ao aeroporto] É positiva para o concelho, mas também para todo o Algarve, pois permite a quem chegue ao aeroporto deslocar-se de forma rápida e cómoda a qualquer ponto da região”, afirmou Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), lamentando apenas que o Algarve tenha ficado “desfavorecido” relativamente a outras regiões.
Segundo o autarca, a obra não é complicada de executar e não representa um investimento muito grande, “tendo em conta a rentabilidade e o benefício”, havendo ainda a vantagem de a autarquia já ter um estudo que aponta um possível traçado para aquela ligação, embora careça de algum aprofundamento.
“É de saudar o investimento previsto para o Algarve, mas acho que merecíamos mais”, afirmou, lamentando que ao Algarve caiba apenas uma fatia de 131 milhões de euros de um investimento global nacional de 6 mil milhões de euros.
Em declarações à Lusa, o presidente do PSD/Faro, Cristóvão Norte, aplaudiu a inclusão no plano da ligação ferroviária ao aeroporto, que diz significar “uma nova centralidade para Faro”, ajudando a reforçar a economia local e a incrementar as alternativas de mobilidade para o Algarve.
O também deputado social democrata defende, contudo, cautela nas infraestruturas que venham a ser construídas com recurso a concessões, pedindo que estas sejam negociadas “com exigente rigor para que não se repitam tragédias nacionais como as Parcerias Público Privadas (PPP) que na sua maioria tanto prejudicam o país”.