
© Filipe Farinha/Lusa/arquivo
As dificuldades denunciadas por 182 médicos do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), registadas no período de fusão dos hospitais públicos e que levaram à desmarcação de cirurgias estão ultrapassadas, garantiu o Ministério da Saúde em resposta ao Bloco de Esquerda.
Em janeiro, o Bloco de Esquerda (BE) perguntou ao Governo se tinha conhecimento da denúncia de degradação dos cuidados de saúde à população algarvia exemplificada com falta de material de uso corrente e medicamentos e críticas dos médicos à gestão do CHA.
Apesar de admitir que têm existido adiamentos de cirurgias programadas, o Ministério da Saúde garante que “os adiamentos por alegada falta de material são excecionais e resultam de descoordenação, nomeadamente de programas operatórios que não cumprem as duas semanas de antecedência determinadas”.
Em resposta divulgada pelo BE, o ministério explica que os constrangimentos verificaram-se nas últimas semanas de dezembro e em janeiro, período em que o aprovisionamento foi centralizado e os sistemas informáticos foram alterados.
“Foram estabelecidos mecanismos de resposta, pelo que as situações se encontram ultrapassadas”, lê-se na resposta enviada aos deputados João Semedo e Cecília Honório, do BE.
Segundo os dados divulgados pelo ministério, durante o quarto trimestre de 2013, foram adiadas 112 cirurgias no CHA e realizadas 3.775, enquanto em janeiro de 2014 foram adiadas 40 cirurgias e realizadas 942.
Das 112 cirurgias desmarcadas no último trimestre de 2013 no CHA, apenas em 12 não foi apresentado o motivo de cancelamento, tendo o Ministério da Saúde esclarecido que das restantes 100 cirurgias apenas cinco foram canceladas por falta de material, tendo a falta de tempo motivado a desmarcação de 64 cirurgias.
Das 40 cirurgias adiadas em janeiro, cinco foram adiadas por falta de material, “uma por operação via urgência, 17 por condições clínicas, 13 por falta de tempo, uma por recusa do utente e três sem indicação do motivo de cancelamento”, lê-se na resposta enviada ao BE.