Veiculos_autonomos_marUma equipa internacional liderada por investigadores da Universidade do Porto está a realizar ao largo da costa do Algarve, perto do Olhão, uma experiência científica “inovadora a nível mundial” no campo dos veículos autónomos (robôs).

Em comunicado enviado hoje à Lusa, a U.Porto salienta que “pela primeira vez em qualquer parte do mundo, aviões, barcos e submarinos autónomos estão a ser utilizados em simultâneo para monitorizar o comportamento de uma espécie marinha em pleno oceano”.

A equipa internacional de engenheiros e biólogos reunidos no Algarve é liderada pelo Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e conta com investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da U.Porto, do Monterey Bay Aquarium Research Institute (EUA), da Universidade Politécnica de Cartagena (Espanha) e da Norwegian University of Science and Technology.

O financiamento é garantido pelo US Office of Naval Research, pela Fundação Luso-Americana, pela empresa norte-americana Marine Technologies e pelas respetivas instituições envolvidas. Os veículos aéreos, de superfície e subaquáticos autónomos irão seguir Mola mola, também conhecido como peixe-lua, identificados com marcadores, com o objetivo de compreender o contexto ambiental no qual estes peixes se movem.

Dados desta experiência poderão fornecer nova informação que permitem examinar de que forma um predador responde às alterações no seu espaço ambiental e contribuir para uma melhor compreensão das alterações do nosso oceano.

“A experiência fará novas contribuições nas áreas de tecnologia dos identificadores, operações em rede e autonomia de veículos em condições reais no mar”, refere a U.Porto.

Segundo explica, “os identificadores transportam um módulo de comunicação por satélite comercial que fornecerá a localização exata dos peixes quando os identificadores (e peixes) estiverem à superfície”.

Os identificadores foram testados numa câmara hiperbárica para assegurar que resistem até 500 metros de profundidade. Uma vez identificados, ao largo da costa de Olhão, os peixes serão libertados.

“Como o seu comportamento não é exato, veículo aéreos autónomos irão percorrer a costa oceânica em busca do envio do sinal dos identificadores à superfície e recolher imagens vídeo a uma altura segura que serão enviadas para um centro de comando num navio de pesquisa”, acrescenta.