Escola_primariaO Governo pretende fechar mais escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico com menos de 21 alunos no próximo ano letivo, o que poderá significar o fecho de “94” escolas na área abrangida pelo Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), ou seja, nos distritos de Beja, Évora, Faro e Portalegre, disse hoje à agência Lusa o presidente do sindicato, Manuel Nobre.

O SPZS contesta o eventual fecho das escolas básicas, considerando ser uma medida “economicista” que contribuirá para desertificar o interior do país.

Segundo Manuel Nobre, que falava após o envio de um comunicado do SPZS, através da medida, que é “economicista” e “não tem em conta o desenvolvimento do interior do país, questões pedagógicas e o impacto para as comunidades afetadas”, no próximo ano letivo poderão fechar 35 escolas no distrito de Beja, 37 no de Évora, seis no de Faro e 16 no de Portalegre.

Através da medida, o Governo PSD/CDS-PP “irá continuar a contribuir para a desertificação do interior do país, retirando as crianças do seu ambiente natural, quebrando laços familiares de grande importância para o seu equilíbrio emocional, obrigando a alterações de horários e a deslocações desnecessárias, não respeitando as cartas educativas”, considera o SPZS, afeto à Fenprof.

Segundo Manuel Nobre, o SPZS começou hoje a realizar ações de “combate e denúncia” das “políticas de destruição e empobrecimento da escola pública” para tentar “inverter” o fecho de escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico com menos de 21 alunos.

As ações, que incluem, sobretudo, reuniões com comunidades escolares, pessoal docente e não docente, pais e encarregados de educação e autarquias, pretendem “levar o Governo a recuar” na intenção de fechar escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico com menos de 21 alunos, explicou.

As ações arrancaram hoje com uma reunião com a população e pais e encarregados de educação de alunos da Escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de Rio de Moinhos, no concelho de Aljustrel, uma das que poderá fechar no próximo ano letivo.

Segundo o SPZS, desde 2002, quando arrancou o programa de reorganização da rede escolar do 1.º ciclo do Ensino Básico, já fecharam “mais de 6.000 escolas”, sendo que 2.500 fecharam logo no primeiro ano do Governo PS liderado por José Sócrates.

A reorganização da rede escolar teve o “grande impulso” entre 2005 e 2009, com a ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, do Governo PS de José Sócrates, que determinou o fecho das escolas com menos de 10 alunos, lembra o SPZS, referindo que em 2010 a decisão de fecho foi alargada às escolas com menos de 21 alunos.