O bispo do Algarve alertou ontem, no primeiro dia deste novo ano, que a dimensão da fraternidade deve empenhar e marcar o relacionamento entre as pessoas como “caminho de construção da paz” ao longo de 2015.
No dia 1 de janeiro, em que se celebrou o Dia Mundial da Paz e a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, D. Manuel Quintas presidiu, uma vez mais, à celebração da eucaristia no Santuário de Nossa Senhora da Piedade (popularmente conhecida como Mãe Soberana), em Loulé, o santuário mariano de maior expressão no Algarve.
Com base na mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz, intitulada “Já não escravos, mas irmãos”, o prelado destacou os principais termos nela contidos – “fraternidade, pecado e conversão” –, pedindo aos algarvios que se façam “construtores desta fraternidade e desta paz” proposta por Francisco.
“Era tão bom que, cada dia deste ano, nos esforçássemos por ser mais fraternos, mais irmãos e não apenas solidários”, pediu, lembrando que o exercício da fraternidade implica a proximidade, enquanto o da solidariedade pode ser praticado à distância.
“Que esta fraternidade se estenda e que as redes sociais possam estar ao serviço desta globalização da fraternidade”, pediu o bispo do Algarve na sua homilia (ouvir áudio abaixo), lamentando o crescimento da indiferença. “Vai crescendo em nós a indiferença e isso é algo que é profundamente negativo nos dias de hoje. Vemos o mal e quase já nem reagimos. Parece-nos já uma coisa comum. Até chegamos a banalizar situações que são gritantes e que deviam envolver-nos todos na sua solução”, lamentou.
Citando a mensagem de Francisco, D. Manuel Quintas lembrou as formas e causas da escravatura nos dias de hoje. “É importante que, desde o primeiro dia deste novo ano, tenhamos consciência desta realidade, deste mundo que é o nosso e no qual vivemos, e que, desde o primeiro dia, assumamos também um «compromisso comum para vencer a escravatura»”, pediu, considerando que “urge investir ainda mais num trabalho conjunto” que possa conjugar “estudos, organizações intergovernamentais e da sociedade civil”.
O bispo do Algarve lembrou ontem que toda a Igreja evoca de Deus o dom da paz para o novo ano. “Olhando com um olhar de fé e gratidão para o ano que terminou, queremos também manifestar a nossa gratidão a Deus pelos dons que nos concedeu ao longo do ano que ontem [anteontem] terminou. Ao olhar para este ano que está a iniciar queremos invocar a bênção de Deus e proteção maternal de Maria”, afirmou.
Homilia de D. Manuel Quintas no dia 1 de janeiro de 2015: