TEMOS três livros em conteúdos diversos. Debrucemo-nos, em primeiro, capítulo, pela VOZ QUE CHAMA, uma edição do Secretariado Diocesano das Vocações, que se divide em 10 Capítulos de reflexões para a preparação dos jovens, mais, nos conhecimentos das vocações. E um Anexo que vai da página 111 à 169. Retirei nessa voz que chama, o Capítulo VIII, com o título Enchei-vos do Espírito, a mensagem do papa Bento XVI para a semana das Vocações de 2010. Um excerto:
(…) Já no Antigo Testamento os profetas tinham consciência de que eram chamados a testemunhar com a sua vida aquilo que anunciavam, prontos a enfrentar mesmo a incompreensão, a rejeição, a perseguição. A tarefa que Deus lhes confiara, envolvia-os completamente, como um “fogo ardente” no coração impossível de conter (cf. Jr 20,9), e, por isso, estavam prontos a entregar ao Senhor não só a voz, mas todos os elementos da sua vida.
O livro exorta para a preparação do jovem ao apelo da entrega à Igreja, nesse desapossamento de vida de homem para a dignidade da vida de sacerdote.
Ainda, no capítulo dos Anexos há a pedagogia da palavra sacra e poética, onde a pauta musical se apresenta vasta, em 25 composições.
Um livro para que a Voz que Chama seja Ouvida!
FLORES E FOLHAS DE MIM é um livro de versos, como o autor, Orlando Augusto da Silva pretende justificar a sua poesia intimista. E… até bela!
A construção lírica de Flores e Folhas de Mim, porque nada é hiperbólico na poesia de Orlando, são fios de água, são cores do poente, é um lago azul onde se espelha a natureza; pelo que a tratamos como poesia naturalista, associada aos quadros que se apresentam, como Algarve Azul: “Neste chão em declive até ao mar/porta aberta ao azul e à claridade, é uma imagem retratada pela palavra, que por vezes não esmorece para um João Lúcio.
Ainda, nessa poesia, num espaço intimista, Orlando tem a família mais jovem para a sua inspiração. Então chama a poesia, acende a lanterna num apelo de simplicidades e ela vem; e, numa surpresa, cria imagens e exclama: És a poesia! Por vezes surges, sublime, alada, / e apanhas-me em total surpresa: / Tão subtil, tão terna e calada, / como luzente candeia acesa.
Orlando Augusto da Silva fez um hiato poético por via profissional. Retoma a lírica, em tempo de repouso, para manter a racionalidade activa. E é nessa recuperação, não tanto de poética contemporânea, mas nessa maneira de escrita que lhe vem de fundo cultural e herdada (dos poetas emblemáticos que se situam entre o decadentismo e o simbolismo), que foi absorvendo nessa verve do Gharb al-Ândalus e que ganhou uma tonalidade própria para muitos herdeiros algarvios, nessa sublimidade em construir palavras a que o autor chama de versos e eu de lirismo, e que se confunde no espírito da vida que se constrói e que não o aguentamos, libertando-o da caixa dos arquivos guardados.
No poema Amendoeiras, Orlando Augusto retrata-se no cenário natural do seu Algarve, tendo a flora característica, a que se junta a alfarrobeira e a figueira, como tema fundamental e naturalista, que não recusa para a sua inspiração poética, nesse fio regional em que Ataíde Oliveira “pinta” a nossa memória colectiva, as lendas, em que as flores das amendoeiras se fizeram na neve desejada…
NIFERTITI Eis um estudo muito actualizado, que Adérito Fernandes Vaz, nas suas constantes viagens, bem soube aproveitar para a construção do livro que se apresenta.
Como se escreve em contra-capa, o autor fez, durante anos, percursos por diferentes países, dos quais resultou uma recolha do que foi vendo e registando. E daí resulta um documento que faz parte da História Universal.
O investigador traz-nos os registos da palavra e da imagem, desde os seus percursos por Roma, Pompeia, Atenas, passando pela Ásia Menor onde observou as ruínas da cidade bíblica de Éfaso. Na Península Ibérica pára por Mérida, observa as ruínas da Itálica (Santiponce/Sevilha). O viajante e investigador justifica que para além dos monumentos, houve figuras que deixaram as marcas de um avanço cultural na humanidade, que contribuíram para a formação de um mundo aos níveis superiores dos valores culturais e científicos.
Esta “Nifertiti” ou “Nefertiti”, como vem em registos, e que o autor justificou para a capa do seu livro, é um mergulho no mistério da história da antiguidade do Egipto, de que “Nifertiti” foi rainha, esposa de Amenófis IV Aknaton e fervorosa adepta do culto Aton (1370–1330 a.C.)
Recentemente (18 de Janeiro 2011), Zahi Hawass, diretor responsável pelo património arqueológico egípcio, esteve em Lisboa, para receber o Doutoramento Honoris Causa, pela Universidade Nova de Lisboa. Este arqueólogo do Conselho Supremo de Antiguidade do Egipto, fez um discurso, no acto do seu doutoramento em Lisboa, num pedido exigido ao Neues Museum de Berlim, para que o busto de Nifertiti regresse ao Egipto, afirmando: Vou ganhar a batalha por Nefertiti.
Com o livro de Adérito Vaz publicado em 2010 e juntando o discurso de Zahi Hawass, o diapasão é comum ao valor do busto descoberto pelo arqueólogo alemão, Leidwing Borchardt, em 1912, numa escavação em Tel el Amarna, no sul do Egipto, quando toda a pilhagem era consentida. Pela circunstância, o busto cromático da bela Nifertiti que faz parte da imensa riqueza do Museu de Berlim, o novo doutor da Universidade de Lisboa, afirma que o busto de Nifertiti, pelas suas qualidades científicas e por ter conduzido a civilização faraónica às casas e corações das pessoas, pertence ao museu do Cairo.
Consultar esta obra de Adérito Vaz é entrar na história fascinante e construída pelos milénios, em imagens que o autor soube recolher e comunicar em palavra.