O orador acrescentou mesmo que foi por causa destas “cargas negativas” que surgiram as “várias formas de viver a família” enumeradas pela juíza Beatriz Borges na primeira intervenção daquela palestra (ver notícia).
Neste sentido, aludiu à necessidade de “refazer, reestruturar e reencontrar a família referência que permite ultrapassar dificuldades e chegar mais longe”. O padre Feytor Pinto defendeu que a família pode ter sofrido um “trauma violento”, “mas é possível construí-la ou reconstruí-la com valores que oferecem a felicidade”.
Enumerando as “três ideias que marcam a perspetiva cristã para a família”, o sacerdote enumerou a família como “espaço social, comunidade de pessoas e Igreja doméstica”, cujo objetivo é a “felicidade de todos os seus membros”. “O objetivo da família, não é ter muito dinheiro. É preciso relativizar as coisas para atingir a felicidade”, disse. Neste sentido, referiu que o educador tem de “estar atento” e “acompanhar” a “evolução sexual, afetiva, intelectual, cognitiva e ético-moral” e salientou que “a família não pode ser uma soma de egoístas”, mas, quando cristã, deve ser uma “comunidade crente e evangelizadora, de diálogo com Deus, através da oração, de abertura aos mais pobres”.
Apontando os “desafios para a família”, referiu-se à necessidade da “educação para a fé”, onde se aprofunde a mesma como “fonte de renovação pascal” e tendo por base a “liberdade” da sua prática, e de um “autêntico projeto educativo”, onde se valorize a “sensibilidade ética” e se cultive a “harmonia familiar”.
Referindo que “a educação é fundamental enquanto formação integral da pessoa humana, através da assimilação sistemática e crítica da cultura”, lembrou que a mesma tem de ser global e integral.
O padre Feytor Pinto defendeu ainda que “há valores indiscutíveis para a nova cidadania que é necessário serem cultivados em família e nas escolas” como a “tolerância, convívio, diálogo e solidariedade” e apelou a uma “ética personalista que tem como fundamento a dignidade humana”.