Confrontado pela Lusa, o presidente da Câmara, Luís Gomes, refutou a acusação, dizendo que "o PS tem uma cara a nível local e outra a nível nacional" e que as alegações socialistas não têm justificação.

Os socialistas dizem que os documentos submetidos à assembleia municipal para aprovação "testemunham a situação financeira gravosa a que chegou o município pela mão do atual executivo PSD, liderado por Luís Gomes" e "demonstram a deriva financeira em que se encontra".

"O documento apresentado não cruza as contas da câmara com o sector empresarial local, vulgo empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU), violando o artigo 46.º da Lei das Finanças Locais e omitindo a verdadeira realidade dos compromissos financeiros da câmara municipal, já que a empresa é detida a 100 por cento pela autarquia", referiu o PS num comunicado.

O maior partido da oposição na autarquia diz ainda que "o documento é pouco transparente em algumas rubricas, designadamente nas operações efetuadas com a empresa municipal SGU e nas vendas de bens de investimento" e defende que "o alto valor da dívida registado no documento começa a colocar em causa a solvabilidade e sustentabilidade" da câmara.

"A dívida total da câmara é de 60 milhões de euros, tendo crescido neste último ano 12 milhões. As dívidas a curto prazo atingem o valor de 50,8 milhões de euros tendo aumentado no último ano 11,2 milhões, apresentando as dívidas a fornecedores como a maior fatia", apontam os socialistas de Vila Real de Santo António.

O PS considera que se está perante uma "calamitosa gestão financeira do executivo PSD e do seu presidente", que está no segundo mandato e que, acrescenta o partido, "recebeu a autarquia com uma dívida de 7,7 milhões de euros que hoje ascende a 60 milhões de euros".

Este valor totaliza 112 milhões de euros se refletir as contas da empresa municipal SGU, acrescenta o PS.

"A política despesista do executivo liderado pelo engenheiro Luís Gomes penaliza o presente e o futuro deste concelho, além de que não tem contribuído para aumentar o emprego e os índices de desenvolvimento económico do mesmo", referiu o partido.

Luís Gomes disse à Lusa que os documentos levados à assembleia municipal "incorporam os resultados líquidos negativo, que em 2010 se reduziu para metade relativamente a 2009, já consolidados com os resultados das empresa municipal".

"O PS tem duas caras. Tem uma a nível local e outra a nível nacional. Se pensam que as contas do executivo camarário são como as do Governo, que as aldraba e nem a troika consegue saber com que números conta, está muito enganado", afirmou o autarca, sem querer tecer mais comentários.

Lusa