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Foto © Samuel Mendonça

No dia 5 do mês passado, no âmbito do Programa Equipamentos Urbanos de Utilização Coletiva, foi assinado entre a Fábrica da Igreja Paroquial de São Pedro, a CCDR Algarve e a Direção Geral das Autarquias Locais um acordo de financiamento para obras de remodelação da iluminação da igreja de São Pedro de Faro.

Na cerimónia de assinatura do contrato de financiamento que decorreu na própria igreja, o cónego Carlos César Chantre, pároco local, explicou ser a “segurança do edifício que está em perigo”, segundo análise técnica realizada.

Para além do sistema elétrico que será substituído, a iluminação interior do edifício também será remodelada num investimento total de 69.700 euros que será comparticipado em 70 por cento pelo Estado. Aos jornalistas presentes, o pároco explicou que “a iluminação vai ser radicalmente alterada”. “Vai ser melhorada para passar a realçar todos os pormenores, recantos e cantinhos da igreja”, afirmou o sacerdote.

Na sessão, o secretário de Estado da Administração Local deteve-se a explicar porque é que o “dinheiro de todos, produto dos impostos que cada pessoa paga”, deve servir para apoiar obras desta natureza. “Porque é que o Estado, que é laico – o que significa que não escolhe uma religião, não professa religiões, respeita o exercício religioso das liberdades dos seus cidadãos e também não as pode impedir – apoia equipamentos religiosos? Há duas razões para que o Estado apoie equipamentos religiosos e eu tenha decidido apoiar este equipamento religioso. A primeira razão é a preservação do património. Queremos proteger o património cultural por razões até mais do que o tornar num ativo turístico e, com isso, num ativo económico. É sobretudo pela ideia de preservar, defender e valorizar a nossa identidade enquanto povo e enquanto comunidade”, explicou António Leitão Amaro, lembrando que “grande parte do património cultural português é religiosa” e que, por isso, não se trata de “escolher uma religião”, mas de “escolher a identidade”.

O governante afirmou que “a segunda razão é por ser um exemplo de vida comunitária”. “É isso que o Estado deve apoiar. Não devemos fomentar uma sociedade assente em vidas individuais, em cada um por si. As igrejas são espaços onde vivemos momentos em comunidade. Este é um espaço onde as pessoas vêm para viver em comunidade e isso o Estado deve apoiar. Este é um apoio, não apenas à preservação do património, mas também a uma certa maneira de viver, não de forma individual mas de forma coletiva e comunitária”, completou.

Também o cónego César Chantre destacou a importância da preservação cultural. “A nossa preocupação pelo património tem a ver com a preocupação pela cultura a que pertencemos”, afirmou, explicando aos autarcas presentes que “o objetivo é um único: defender a cidade”. “Espero que continuemos todos de mãos dadas para este trabalho extraordinário”, disse ao presidente da Câmara de Faro e aos vereadores presentes, a quem pediu apoio para os restantes 30% não comparticipados pelo Estado. “Claro que vou pedir ao povo, mas acredito que os senhores vão-me ajudar”, afirmou.

O presidente da Câmara de Faro destacou igualmente a importância da conservação do património religioso. “Vamos ter uma nova dignidade desta igreja, dando uma nova visibilidade à magnífica talha que temos nestas paredes e também aos azulejos espetaculares”, afirmou Rogério Bacalhau.