A Câmara de Faro anunciou ontem a aprovação de uma proposta de orçamento para 2016 no montante de 39,1 milhões de euros, que mereceu oito abstenções e apenas um voto favorável, do presidente da autarquia, Rogério Bacalhau.
Em declarações à Lusa, o presidente do município (PSD) explicou que o documento foi aprovado após a introdução de duas alterações sugeridas pelo PS, entre as quais a retirada de 800 mil euros da verba de 9,5 milhões destinada à aquisição de bens e serviços para pagar dívida contraída ao abrigo do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL).
Apesar de não concordar com a retirada de 800 mil euros para abater a dívida de 15,5 milhões (de um empréstimo total de 16,7 milhões) e de entender que a medida “não resolve nenhum problema do município”, Rogério Bacalhau sublinhou que se viu na obrigação de votar favoravelmente o documento, caso contrário não haveria orçamento.
Na primeira reunião de Câmara destinada à apresentação e votação do orçamento, realizada a 12 de novembro e à qual a Lusa assistiu, o vereador socialista Paulo Neves criticou o aumento da verba – face ao corrente ano – destinada à aquisição de bens e serviços, classificando-a como uma “despesa verdadeiramente desinteressante”.
O documento acabou por ser aprovado em reunião extraordinária, na última sexta-feira à noite, com o voto favorável do presidente e as abstenções dos quatro vereadores do PS, três vereadores da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM e um vereador da CDU.
A coligação pela qual foi eleito o presidente da autarquia, nas eleições autárquicas de 2013, não detém a maioria na Câmara nem na Assembleia Municipal.
O orçamento previsto para 2016 é de 39,1 milhões de euros, menos 1,5 milhões do que o orçamento deste ano, fixado em 40,6 milhões de euros, especificou à Lusa o presidente da autarquia.
A segunda alteração ao documento inicial formulada pelo PS, com o apoio da CDU, foi a de aumentar para quase o dobro a verba destinadas às juntas de freguesia, de 170 mil para 290 mil euros.
Segundo Rogério Bacalhau, apesar de o orçamento para 2016 praticamente vedar ao município a possibilidade de novos investimentos, está prevista a continuidade de algumas medidas implementadas este ano.
“Vamos continuar, tal como este ano, a apoiar as associações sociais, culturais e desportivas, com 300 mil euros, e vamos também manter as bolsas de estudo, que implementámos este ano”, referiu.
Em vista para o próximo ano estão também a conclusão de algumas obras que eram para terminar este ano, mas que a autarquia não conseguiu, como intervenções na rede viária e obras de reabilitação nas escolas.