Encontro_tavira_contra_petroleoO Movimento de Eco Cidadania “Tavira em Transição” saiu à rua no passado domingo em defesa do clima e pela diminuição da pegada de dióxido de carbono (CO2), numa marcha que contestou também a prospeção de petróleo no Algarve.

A iniciativa respondeu a um apelo feito à cidadania mundial para a realização de marchas em várias cidades mundiais para exigir aos políticos um acordo global sobre as alterações climáticas, a uma semana do início da Conferência das Nações Unidas sobre o tema (COP21), em Paris, segundo a organização.

Tavira juntou-se assim a Lisboa, Porto e Coimbra como cidades portuguesas que somaram-se aos mais de dois mil eventos marcados por todo o Mundo, tendo a iniciativa contado com conferências, exposições, cinema e uma vigília no encerramento.

Ana Correia, do “Tavira em Transição”, disse à Lusa que o objetivo da marcha foi apelar à “adoção de estilos de vida saudáveis, autossustentáveis, compatíveis com o ambiente e que minimizem os efeitos negativos das emissões de CO2” para a atmosfera.

A mesma fonte explicou que o movimento decidiu responder ao apelo internacional para a realização de concentrações a nível mundial e aproveitar a oportunidade para sensibilizar a população algarvia e portuguesa para as possíveis consequências negativas de projetos de prospeção e exploração de petróleo e gás natural no Algarve.

Para alcançar este objetivo, a “Tavira em Transição” contou com a colaboração da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) e da “Algarve Surf and Marine Activities Association” (Associação de Surf e Atividades Marítimas do Algarve), que têm contestado os contratos de prospeção e exploração entre o Estado português e consórcios.

“Esta questão é uma complicação para Tavira e o Algarve, porque assusta os turistas que atraímos e procuram um sítio com qualidade, com paisagens preservadas e com comércio tradicional, que apreciam a preservação arquitetónica e são muito sensíveis a estas causas”, afirmou Ana Correia.

A esta possível consequência para o Turismo junta-se, também, o risco para as populações, através “da contaminação de lençóis freáticos, do aumento do risco sísmico”, acrescentou Ana Correia, criticando o “secretismo e falta de transparência” dos “16 contratos já realizados entre o Estado e os consórcios responsáveis pela prospeção e exploração, tanto em mar como em terra”.

“Queremos sensibilizar ao máximo a população, porque as pessoas desconhecem as consequências que estes projetos podem ter”, observou.

Depois da marcha decorreu uma palestra sobre a COP21 e, de tarde, realizou-se um fórum sobre o “Impacto da Exploração de Petróleo e Gás no Algarve”, que contou com a presença do presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho.

com Lusa