Foto © Samuel Mendonça
Foto © Samuel Mendonça

O Café Calcinha, onde o poeta António Aleixo declamava as suas quadras, em Loulé, encerrou para obras e deverá reabrir no final do ano como local de promoção da doçaria tradicional e de tertúlias, disse o presidente da Câmara.

O rés-do-chão do edifício foi adquirido em 2015 pela autarquia pelo valor de 182.599 euros por se temer que aquele café, que integra a rede nacional de Cafés com História, pudesse ser encerrado e destruído.

“Queremos devolver um espaço cultural icónico da cidade de Loulé e queremos devolvê-lo em condições renovadas”, disse à Lusa o autarca Vitor Aleixo acrescentando que ali estarão disponíveis especialidades da doçaria louletana, como é o caso do folhado de Loulé, mas também a aguardente de medronho.

A par da promoção da gastronomia, o café que na segunda metade do século passado foi frequentado por várias figuras ilustres do concelho de Loulé e que desde então já foi visitado por figuras públicas portuguesas cujas fotografias e autógrafos decoravam as paredes, deverá assumir-se como ponto de encontro para tertúlias culturais, referiu o autarca.

O café, comparado por muitos com o Majestic, no Porto, embora numa escala mais reduzida, é uma réplica perfeita de um seu congénere brasileiro que Prazeres & Reis trouxe e implantou na então vila algarvia, a 27 de agosto de 1927, e tem estatuto de utilidade pública municipal.

“Tudo aquilo que caracteriza o Café Calcinha irá manter-se: a fachada, o interior, as próprias mesas e cadeiras e todos aqueles elementos decorativos em madeira trabalhada”, assegurou o autarca adiantando que o projeto de renovação já está a ser preparado.

Vitor Aleixo admitiu que apesar de a autarquia ter numa fase inicial adquirido apenas o rés-do-chão do edifício posteriormente deverá ser equacionada uma intervenção no primeiro andar e na cobertura.

Após a conclusão das obras, a autarquia irá abrir um concurso para a concessão do espaço.