Dizem as estatísticas que, no nosso país, cerca de 90% dos seus habitantes se declaram católicos. Mas a realidade, na prática, na vivência cristã a percentagem desde de um modo muito significativo, aliás, como também o afirmam as mesmas estatísticas.

Por isso, verificamos que é necessário e urgente evangelizar e formar os fiéis, desde a paróquia mais afastada até aos responsáveis pelos diversos sectores do mundo político e económico a assumirem conscientemente o sentido das suas obrigações como cristãos e católicos.

Assim é incompreensível que em inúmeras circunstâncias em que o falar, o denunciar é obrigatório ser feito, os católicos se calem quer por respeito humano, quer por timidez ou outras razões inexplicáveis!…

Mas desçamos ao concreto: Que é o que aconteceu, por exemplo, com a aula de Religião e Moral no ciclo básico do ensino obrigatório? Onde estiveram os pais e as Associações de Pais que se dizem católicos mas que, na realidade, se calaram e se calam conformados e sem perceberem que o sistema procura, por todos os modos, esvaziar a educação dos seus filhos dos valores éticos e das referências morais?!…

E que dizer dos nossos deputados católicos quando nos areópagos legislativos onde se decidem questões que colidem não só com a consciência moral mas até com a lei natural, eles se alheiam e ficam calados aquiescendo com as propostas contrárias aos mais elementares princípios de ética e da moral.

Infelizmente, deixam-se ir na onda de todos esses que, em nome de fantasmas do passado, acusam a Igreja só porque ela não pactua com todos os desvios e todas as aberrações que eles aprovam e defendem…

É, precisamente, nestas circunstâncias que a voz dos políticos católicos se deveria fazer ouvir com desassombro e sem quaisquer respeitos humanos. Mas, infelizmente, ou se abstêm ou, o que é mais grave, concordam.

Silêncios e concordâncias que bem definem a capacidade e a responsabilidade dos nossos políticos católicos!… Enfim, acobardam-se de tal modo que até os próprios adversários se admiram e jubilosos os felicitam.

Pois, é bem evidente que, na prática, os que se dizem católicos, isto é, políticos católicos não se distinguem, tanto no pensar como no agir de todos os outros políticos que seguem e professam ideologias opostas ao sentir cristão e à Igreja Católica…

Por isso foi, é e será sempre necessário que em todas as assembleias onde se discute o bem das comunidades que a voz dos cristãos se faça ouvir em defesa da Verdade e do verdadeiro bem comum. Para longe, pois, a timidez, para longe os respeitos humanos porque quem segue Jesus Cristo adquire toda a força e toda a coragem para arrostar com as maiores contrariedade venham elas de onde vierem…

Deste modo, em todas as circunstâncias, mas sobretudo quando, de facto, não é o silêncio que é de oiro, mas sim a palavra, a palavra certa.

Joaquim Mendes Marques

O autor deste artigo não o escreveu ao abrigo do novo Acordo Ortográfico