“O debate agora lançado pelo Governo veio em boa altura, mas são mais os aspetos negativos do que positivos”, disse à Lusa José Vitorino, referindo-se ao Documento Verde da Administração Local, atualmente em discussão pública.

“Estamos contra o que seria um golpe mortal na democracia do poder local, sacrificando o pluralismo e a participação cívica e entregando um poder quase absoluto aos presidentes de câmara”, disse.

O representante sustentou que o documento em discussão “propõe o abate de freguesias”, que no caso do Algarve seriam reduzidas em 25 por cento e no caso de Faro em particular em 50 por cento.

“Seria absurdo juntar São Pedro e Montenegro à Sé e também seria absurdo juntar Conceição a Estói”, precisou, sobre as reformas propostas para o concelho de Faro.

José Vitorino, que hoje apresentou publicamente o documento ‘Via Verde para que não sejam amputadas as regiões administrativas consagradas na Constituição da República’, criticou a “omissão” da proposta do Governo relativamente à regionalização.

“Está na hora da regionalização, pondo fim à gula dos muitos poderes instalados em Lisboa, que fazem sucumbir o país, reduzindo-o à dimensão dos seus umbigos”, disse.

O responsável considerou ainda como “vital” dar espaço à sociedade civil, eliminando os “obstáculos a candidaturas independentes propostas por cidadãos”.

Segundo José Vitorino, sem regionalização, “com ‘troika’ ou sem ‘troika’, com o poder centralizado em Lisboa o país e os portugueses estarão condenados.

Lusa