Questionado pela Lusa, o presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, disse que o executivo que dirige “se limitou a seguir mesma política que a esmagadora maioria dos municípios do Algarve” para “tentar colmatar a quebra de receitas que se tem verificado nos últimos anos”, sublinhando que, “enquanto esteve na câmara, o PS aplicou sempre as taxas máximas”.
A concelhia do PS lembrou que tinha proposto reduzir as taxas de IMI e IRS em um e dois pontos percentuais, respetivamente, para ajudar os munícipes a fazerem frente às dificuldades económicas provocadas pela crise, e aplicar os restantes três por cento dos cinco que a câmara recebe do IRS em medidas de incentivo ao emprego.
O PS defende que, “neste período crítico, o poder local deve dar um sinal de solidariedade, de alento e de apoio à classe média, que representa hoje a classe dos trabalhadores pobres”, e criticou a Câmara de Vila Real de Santo António por não ter adotado este posicionamento, reduzindo as taxas de IMI e IRS a que tem direito.
A proposta de utilizar os restantes três por cento dos cinco que a câmara vai cobrar de IRS em medidas de incentivo ao emprego “fundamenta-se no facto de Vila Real de Santo António ser um concelho em que o desemprego cresceu 127% nos últimos três anos e integrar o lote de quatro municípios do Algarve com maior índice de Rendimento Social de Inserção”, justificou o PS num comunicado.
A concelhia socialista sustentou que a redução de um ponto percentual no cálculo do IMI ajudaria as famílias a fazerem frente ao aumento da prestação da sua casa, uma vez que a cobrança desta taxa vai representar “em termos factuais mais uma mensalidade” e as situações de incumprimento “são já milhares”.
O PS referiu ainda que “os cortes nos vencimentos, no subsídio de férias e de Natal, o aumento do IVA em vários produtos, onde se destaca a subida de 6% para 23% na energia e gás, é um quadro que penaliza fortemente o rendimento” das famílias.
“A classe média é aquela que, neste momento, é a mais penalizada e está sufocada com as medidas governamentais recentemente implementadas. Perde 22% do poder de compra, já que o seu rendimento disponível foi fortemente emagrecido”, acrescentou.
Lusa