
Os 12 núcleos algarvios da Liga Intensificadora da Ação Missionária (LIAM) foram visitados, de 18 a 28 de abril, pelo padre Nuno Rodrigues, responsável nacional, missionário da Congregação do Espírito Santo (espiritanos).

O sacerdote explicou ter sido um tempo para contactar com os párocos e celebrar a fé com as comunidades que ia visitando acompanhado pelo padre Paulinus Anyabuoke, assistente espiritual no Algarve e também missionário espiritano. “Foi uma experiência muito enriquecedora”, considera, acrescentando que “alguns grupos têm feito um esforço para crescerem e se renovarem”. “Sinto que há vontade de caminhada e percebo que há mais elementos a integrarem os grupos. Um dos objetivos também que lancei há quatro anos foi o de alargar a outras paróquias. E, graças aos grupos existentes, isso está a ser uma realidade”, constata, admitindo a possibilidade de criação de mais grupos da LIAM em diversas paróquias algarvias.

O padre Nuno Rodrigues considera que há ainda “muita missão a desempenhar” na animação das paróquias e defende que o país “precisa urgentemente de ser novamente convocado para a missão”. “O documento dos bispos portugueses de 2010, intitulado ‘Para um rosto missionário da Igreja em Portugal’, está muito longe de ser vivido e, sobretudo, aplicado nas dinâmicas pastorais das nossas dioceses e paróquias”, adverte, acrescentando que, em alguns casos, “a dimensão missionária da Igreja ainda é o parente pobre” da pastoral. “Parece que se tem medo de falar desta dimensão, o que acaba, por muitas vezes, fecharmo-nos em nós mesmos e não conseguirmos alargar o espaço do nosso coração e o horizonte da nossa visão à dimensão universal da Igreja onde somos todos filhos de Deus, mesmo de raças, povos e culturas diferentes”, prossegue.

O padre Nuno Rodrigues lembra, a propósito, que é a universalidade que “dá força” à Igreja e acrescenta ser preciso estar “abertos à missão que se faz além-fronteiras”. “Claro que a missão começa dentro de portas pela transformação das nossas comunidades paroquiais, mas para isso é preciso implicar todos os cristãos nesta atitude permanente de missão que devemos ter: estar ao serviço e dispormo-nos a anunciar a Boa Nova a todas as criaturas”, refere, lembrando o apelo do papa Francisco. “Temos de sair do nosso comodismo, da nossa instalação e irmos às periferias da humanidade, àqueles que se encontram afastados e longe da comunhão da Igreja. É isto que é ser missionário, estar em contínuo estado de saída”, sublinha.

Neste sentido, aquele missionário espiritano aponta “dois grandes desafios para a missão que se faz entre portas”. “Sermos discípulos missionários e estarmos em estado contínuo de missão”, enumera, considerando que para isso é preciso “ousadia” e “determinação”. “Precisamos de ser mais audazes e arrojados nos nossos esquemas pastorais. Não termos medo de apostar na formação das consciências dos nossos cristãos para que estes se tornem verdadeiramente missionários, capazes de, pelo testemunho e pelo anúncio, alargar o nosso horizonte de missão e da construção do reino de Deus”, considera.

A Diocese do Algarve conta atualmente com 12 grupos missionários da LIAM, movimento de leigos [membros da Igreja não clérigos ou religiosos] fundado em Fátima em 1937 pela Congregação do Espírito Santo para despertar e formar a consciência missionária entre os católicos portugueses. A nível nacional a LIAM está atualmente presente em oito dioceses e cerca de 300 paróquias portuguesas.




