Protocolo_gnr_direccao_regional_culturaUm protocolo “inédito” celebrado no passado dia 20 deste mês pela Direção Regional de Cultura do Algarve e a GNR vai permitir formar militares para detetarem crimes contra o património histórico e arqueológico de zonas rurais algarvias, disse a diretora regional da Cultura.

O protocolo para a salvaguarda e proteção do património cultural imóvel em meio rural prevê, segundo Alexandra Gonçalves, a formação de 41 militares do Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da força de segurança, para permitir a deteção de crimes ou atentados contra “os 180 locais classificados no conjunto da região”.

A diretora regional sublinhou que este acordo “é inédito” em Portugal, promove “sinergias positivas” e “pode no futuro ser aproveitado noutras zonas do país”.

A cooperação alarga a vigilância a áreas onde o SEPNA já faz habitualmente fiscalização ambiental e que as 34 pessoas que integram a Direção Regional de Cultura do Algarve não conseguem cobrir na totalidade.

“Nas áreas urbanas temos os municípios e uma atenção de maior proximidade, até por forças como a PSP, daquilo que são crimes e danos que podem afetar o nosso património. Nas áreas onde há menor número de população, a deteção deste tipo de crimes e danos é mais difícil e, de facto, este corpo que existe dentro da GNR, o SEPNA, vai agora receber formação para começar também a ajudar-nos na deteção de danos e crimes contra este património”, afirmou.

A diretora regional de Cultura do Algarve precisou que estes locais estão georreferenciados e disponíveis no site da Direção-Geral do Património Cultural, acompanhados por informações sobre o que se pode ou não fazer nas áreas limítrofes.

Alexandra Gonçalves disse ainda que esta ação pode vir a ser alargada no futuro a outras forças de segurança e entidades.

“Os elementos do SEPNA são 41, mas queremos alargar também a outras entidades com competências no território, como os municípios, porque quanto mais pessoas tiverem formação e sensibilidade para esta matéria, mais capacidade temos de intervenção no território”, considerou.

A responsável sublinhou que a capacidade de fiscalização da direção regional “é muita reduzida”, porque o número de funcionários não lhe permite cobrir todo o território, pelo que o protocolo é um passo para inverter esta realidade e levar a fiscalização mais longe.