Em carta enviada a meio da tarde de hoje aos funcionários da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA), o responsável invoca a sua discordância com a Secretaria de Estado do Turismo sobre o entendimento de qual o papel que deverá ter a entidade.
“Entendo que é condição necessária para executar certas políticas concordar com elas, o que no caso presente não acontece comigo, ao que se alia o facto de não ser meu feitio estar nos lugares só pelo exercício dos mesmos”, disse, mostrando-se “plenamente convicto que os funcionários do Turismo do Algarve são o seu melhor ativo” da entidade.
Em declarações à Lusa, Fernando Anastácio reforçou que “quem deve aplicar as políticas é quem concorda com elas” e criticou os cortes orçamentais de 30% impostos este ano pela Secretaria de Estado,
Também à Lusa, o presidente da ETA, António Pina, disse que continua a ter condições para exercer o mandato à frente do Conselho Executivo, que deveria terminar em outubro mas que terminará em junho, devido à reestruturação das regiões de turismo, prevista para essa altura.
“Percebo as razões dele para sair, mas tenho pena que o faça, até porque era uma pessoa que sabe argumentar e que eu ouvia sempre”, acrescentou o presidente do Turismo do Algarve.
Eleito em 2007 e reeleito em 2008 por um colégio eleitoral de que fazem parte os principais organismos da região ligados ao setor, Fernando Anastácio, militante socialista, deverá ser substituído no cargo pelo social-democrata Luís Tavares, que ocupa o lugar seguinte na lista.
Nos últimos anos, o conselho executivo da ERTA tem sido reflexo das maiorias políticas no poder, sendo nos últimos anos composto por dois militantes do PSD – Almeida Pires e Helena Mark – e três do PS – Fernando Anastácio, Nuno Aires e o presidente, António Pina. Com a mudança em perspetiva, mudará essa correlação de forças.
Em declarações à Lusa, Nuno Aires, que já presidiu ao conselho executivo, admitiu estar “em reflexão” sobre a sua permanência no cargo, mas adiou para o final do mês – após o fim do período de férias que goza atualmente – uma tomada definitiva de posição sobre o assunto.
Lusa