O também presidente da Câmara Municipal de S. Brás de Alportel apresentou hoje as linhas gerais da candidatura à distrital do partido, sendo até agora o único candidato à sucessão de Miguel Freitas, que deixa a Federação do PS por estar estatutariamente impedido a concorrer a novo mandato e depois de o partido ter perdido as últimas eleições legislativas na região para o PSD.

António Eusébio afirmou que a experiência ganha na última década como autarca e como coordenador autárquico do PS Algarve, somado ao apoio manifestado por muitos camaradas, foi decisivo para avançar com a candidatura às eleições de 16 de junho.

“Há dois caminhos na base da candidatura, um voltado para os problemas do Algarve e outro voltado para dentro do partido”, afirmou, sublinhando que internamente quer “revitalizar o PS, devolver aos militantes o orgulho e a confiança e reencontrar a identidade e os valores do partido, como a justiça social, o progresso e a solidariedade”.

António Eusébio quer que a sua moção estratégica, com o lema “O Algarve somos todos nós”, seja elaborada de forma participada e que permita encontrar as soluções que a região algarvia necessita. “O grande desafio dos próximos tempos são as eleições autárquicas, que por força da legislação em vigor (lei de limitação de mandatos) levará a vastas alterações no próximo ato eleitoral e o PS tem que estar preparado para este grande embate e ser digno da confiança dos algarvios”, referiu.

Para o candidato, o PS precisa de “projetos sustentáveis, adequados e exequíveis e apresentar as melhores candidaturas, com os melhores candidatos”, porque “não importa ganhar por ganhar”, mas sim “ter um projeto sério, verdadeiro e conhecedor de cada realidade local” para dar confiança aos militantes e a quem poderá votar no partido.

“Precisamos nos tempos que vivemos de ultrapassar esta profunda crise social, que é uma crise que não é apenas números, é de pessoas, de famílias e precisa de respostas novas. É imperioso que se imponha como bandeira a promoção de um grande debate regional sobre o modelo de desenvolvimento económico e social, na defesa de políticas sociais ativas, com respostas adequadas à realidade regional”, referiu o candidato.

António Eusébio criticou as medidas adotadas pelo Governo, que têm “asfixiado o país e destruído a esperança dos portugueses”, nomeadamente o aumento do IVA na restauração para 23 por cento ou “a insistência em portajar” a Via do Infante (A22), com consequências negativas para o Turismo.

O autarca de São Brás de Alportel considerou que “a consolidação das contas públicas deve ser feita precisamente ao contrário do que tem sido praticado” e a aposta deve focar-se “na promoção de emprego, no combate às desigualdades sociais, na sustentabilidade do sistema público de Segurança Social e do Serviço nacional de Saúde e não apenas na austeridade”.

Liliana Lourencinho com Lusa