Em comunicado, Macário Correia volta a admitir dificuldades financeiras, lembrando que a Câmara “de 2002 até 2009 criou um passivo da ordem dos 70 milhões de euros. Nessa altura as receitas cresceram bastante, mas a dívida em vez de ser controlada, aumentou muito mais do que as receitas”.

Essa terá sido a origem do problema, que ainda causa transtorno à autarquia que tem “que fazer poupança para pagar essa dívida antiga”. Esta dívida gera, ainda, “diariamente juros, amortizações, inspeções e penhoras” provocando desemprego, insolvências e falências nas empresas que trabalharam conjuntamente com a autarquia. No entanto, a Câmara avança ainda que, apesar da descida das receitas, em 2010 e 2011 já foram pagos 7 milhões de euros desta dívida, diminuindo assim o passivo.

Macário Correia adianta ainda que a Câmara tem que “fazer uma ginástica rigorosa para conseguir manter os transportes urbanos, as escolas, as piscinas, as bibliotecas e museus a funcionar”, uma vez que a crise no Algarve tem vindo a intensificar-se com o movimento de obras particulares 78% mais baixo do que no período entre 2005 e 2008, o IMT (imposto de transações) que caiu 64% de 2007 para 2009, provocando uma quebra de 400 mil euros em relação ao que a autarquia terá recebido em igual período do ano anterior e ainda algumas medidas do Governo como o aumento do IVA sobre a iluminação pública em 17%.

Neste sentido, a Câmara garante que “não se pode gastar o que não se tem”, pelo que será impossível “fazer por eles (munícipes) tudo o que mais precisam”. “A dívida antiga é um pesado fardo que nos impede de fazer em cada dia, tanto que Faro precisa. Vamos trabalhar com todo o rigor e com a vossa compreensão e ajuda para que se consiga vencer este período tão difícil. O pior de sempre”, concluí.

Liliana Lourencinho