Foram cerca de 30 os jovens (e alguns adultos) algarvios que participaram no 39º Encontro Europeu de Jovens de Taizé que ontem terminou em Riga, na Letónia.

Oriundos das paróquias de Aljezur, Estoi, Estômbar, Portimão e Quarteira, os participantes algarvios viajaram durante três dias de autocarro, cerca de 4.200 quilómetros (no total, com ida e volta, mais de 8.400 quilómetros em seis dias de viagem), para estarem presentes no encontro que teve início no passado dia 28 de dezembro, o primeiro organizado pela Comunidade de Taizé à beira do mar Báltico, ficando alojados em casas de famílias locais.

Foi também a primeira vez que o Encontro Europeu teve lugar numa cidade onde vivem muitos cristãos ortodoxos. Com uma antiga tradição luterana, há assim em Riga ligações profundas entre cristãos de diferentes confissões, tendo os responsáveis das Igrejas Católica, Ortodoxa, Luterana e Baptista da Letónia assinado juntos o convite para acolher aquele encontro.

O encontro começou com apelos a uma “mundialização da fraternidade”, que permita resolver os conflitos atuais. Na sua primeira mensagem aos cerca de 10 mil jovens vindos de todos os continentes, o irmão Alois, prior da Comunidade de Taizé, salientou que “perante a instabilidade do mundo de hoje” é urgente uma “grande fraternidade que ultrapasse fronteiras”.

Um contexto novo, que torne evidente a “interdependência” que deve marcar a convivência das nações, condição essencial para a paz.

O irmão Alois salientou o significado de o evento ter decorrido num país da antiga União Soviética que tem muito a dizer, em termos da busca da justiça e da paz. “No passado, souberam sofrer e souberam amar. Os mais idosos de entre vós podem disso dar testemunho. A vossa história, frequentemente dolorosa, prepara-vos para serem uma terra de reconciliação, uma ponte entre diferentes partes da Europa. Apoiamos a coragem com a qual respondem a esta vocação”, frisou aquele responsável.

Subordinado ao tema “Juntos, abrir caminhos de esperança”, o encontro de Taizé pretendeu prosseguir com o objetivo de “escutar jovens de diversas regiões do mundo e apoiá-los” no sentido de contribuírem para o “futuro dos seus países”.

Um desígnio que a Comunidade reforçou num outro encontro recente no Benim, no mês de setembro, que mostrou “a vitalidade dos jovens daquele continente, a sua capacidade de perseverar na confiança, mesmo quando o horizonte escurece”.

O organizador da participação algarvia no encontro conta que o acolhimento foi “fervoroso”, “como têm sido todos” os realizados no leste europeu. João Cabral destaca a contribuição ecuménica dos encontros para a inculturação e pacificação. “É uma peregrinação que nos leva a percorrer a Europa para levar uma mensagem de paz e confiança entre todos os povos. É importante a vivência nestes dias com as outras Igrejas Cristãs. Rezar com católicos, protestantes, ortodoxos abre-nos os horizontes e criam-se sentimentos de tolerância e aceitação de outras Igrejas, todas fazendo parte da nossa única religião que é o Cristianismo”, testemunha.

O próximo Encontro Europeu da Comunidade Ecuménica de Taizé vai ter lugar em dezembro de 2017, na cidade de Basileia, na Suíça. O anúncio foi feito pelo prior de Taizé, o irmão Alois, numa conferência de imprensa integrada no evento deste ano.

com Ecclesia