
A Diocese do Algarve, através do seu Sector da Pastoral Familiar, está a promover uma ação de formação para constituir agentes da pastoral familiar nas paróquias algarvias.
O coordenador do Sector Diocesano da Pastoral Familiar (SDPF) explicou ao Folha do Domingo que o objetivo geral da iniciativa é estimular os casais participantes a fazer com que a pastoral da família possa tornar-se presente em toda a ação pastoral das paróquias. Embora admita que a constituição de equipas paroquiais de pastoral familiar é uma das possibilidades, Carlos Ferrinho esclarece que não se trata de “criar mais um grupo na paróquia”, mas uma “equipa pró-ativa para percecionar a realidade” familiar e “integrá-la no sentido transversal da ação evangélica”.

Neste sentido diz ser prioritário “estimular e apelar à criatividade de cada um, porque cada um é que conhece a realidade da sua comunidade”. “Esta formação pretende servir de estímulo, como que um subsídio na área da pastoral familiar, para que as pessoas possam ter uma ação mais ativa e concreta naquilo que são as necessidades das famílias”, sustentou.
A formação, orientada pelo casal Nuno e Catarina Fortes, da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa, teve início na igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira, no passado dia 25 de fevereiro com a participação de 58 pessoas sugeridas pelos párocos ao SDPF para constituírem uma rede naquela área pastoral em todo o Algarve.

Naquele dia, o assistente do SDPF desafiou os casais presentes à missão que lhes é pedida. “O que vos peço é que abracem as paróquias e os párocos e nos ajudem a incitar a utilizar a família como instrumento ordinário de pastoral”, afirmou o cónego Carlos César Chantre, lembrando que “não há vocações sem família”, nem “juventude sem família”, nem “liturgia sem família”. “Todas as outras pastorais se deveriam submeter à pastoral da família porque a família é que é o laboratório por excelência”, sustentou.
No primeiro dia de formação, Nuno e Catarina Fortes abordaram a “família nos planos de Deus”, “o que representa ser família e a sua radicação no matrimónio como imagem da entrega de Cristo pela Igreja”. A partir destes fundamentos olharam para as estruturas e para as ações, para sugerir como é que se poderá desenvolver a atividade pastoral no âmbito da pastoral familiar.

Assim, o primeiro módulo foi constituído pelos temas “O desígnio de Deus sobre o matrimónio e sobre a família”, “Anunciar o Evangelho: A missão da Pastoral Familiar”, “As estruturas e os agentes da pastoral familiar”, “A pastoral familiar e as áreas de ação pastoral” e “O Plano de Ação Pastoral da diocese”.
A segunda parte da formação, que terá lugar no mesmo local no próximo sábado, continuará a reflexão sobre os critérios de ação na pastoral da família, evidenciando também o que é que o magistério da Igreja tem dito sobre a família, com um especial destaque para a transformação ocorrida a partir do Concílio Vaticano II. “O magistério da Igreja sobre a Família”, “A situação atual da família”, “Problemáticas da família no mundo contemporâneo” e “Critérios teológicos e programação pastoral” serão os temas a abordar no segundo módulo.

Entre os objetivos da formação estão a intenção de “compreender a dinâmica diocesana da pastoral familiar”, a apresentação de “respostas concretas para saber lidar com as dificuldades inerentes às situações concretas da vida” e a definição de um “plano de ação pastoral para a família”.
Esta formação será complementada com um retiro de casais a realizar no próximo dia 25 deste mês, a partir das 9.30h, no Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro, orientado pelo padre Nuno Tovar de Lemos.