Foto © Samuel Mendonça

A Câmara de Faro adiou ontem para 26 de abril a votação sobre a revisão orçamental para incorporar o saldo de 2016 e pagar o empréstimo contraído com o Plano de Reequilíbrio Financeiro (PRF), disse o presidente.

Rogério Bacalhau adiantou à agência Lusa que na sessão de câmara realizada hoje não se chegou a realizar a votação sobre a nova proposta de revisão orçamental, que o executivo liderado pelo PSD tinha apresentado para acomodar aproximadamente oito milhões de euros provenientes do saldo da gerência de 2016, pagar o empréstimo bancário de cerca de 4,5 milhões e sair das restrições financeiras a que o município está obrigado por estar em PRF.

No final da reunião, o autarca explicou que a CDU apresentou uma proposta para destinar a investimentos o restante valor a incorporar no saldo de gerência vai agora reunir-se com os técnicos do município e trabalhar conjuntamente numa nova proposta para ser votada dia 26.

“Não houve votação, nós apresentámos a nossa proposta, a CDU tem uma proposta de outros investimentos, o que ficou combinado foi eles reunirem-se com os nossos técnicos para uma análise mais pormenorizada daquilo que está na revisão do orçamento e depois votarmos uma outra proposta, já com alterações, no dia 26 de abril”, revelou Rogério Bacalhau.

O presidente da câmara algarvia disse que o objetivo desse encontro “é compatibilizar” a proposta do executivo “com medidas que a oposição queira introduzir no orçamento” e, a 26 de abril, fazer uma nossa sessão de câmara com uma outra proposta “que seja mais ou menos consensual entre todos, contemplando diversas opções, tanto do executivo como da oposição”.

“Vamos ver se conseguimos votar essa proposta para seguir para a Assembleia Municipal e podermos avançar com aquilo que está no orçamento, nomeadamente a questão de pagar o empréstimo do PRF e sairmos completamente destas restrições todas que temos em termos de PRF e recuperar toda a autonomia que o município neste momento não tem”, referiu.

Questionado sobre se as propostas que a oposição quer introduzir na revisão orçamental põem em risco o objetivo de pagar de vez o empréstimo e recuperar a autonomia financeira, o autarca respondeu que “não”.

“Todos, de alguma forma, estamos de acordo em pagar o empréstimo, aí não há divergências, a única divergência é que nós entendíamos que podíamos pagar já este mês e sair destas restrições todas e a oposição acha que podemos fazer isso mais tarde e decidir tudo em conjunto”, afirmou, observando que o executivo preferia “pagar já este mês” para sair do PRF e “a oposição considera que isso se pode fazer mais tarde”.