Na praça da Pontinha, onde decorreu o protesto, organizado pela União dos Sindicatos do Algarve (USAL), podiam ver-se faixas com frases em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de apelo à greve geral.

Durante o seu discurso, o coordenador da USAL, António Goulart, considerou que Angela Merkel é o "símbolo da austeridade" na Europa e a "mandante das políticas de empobrecimento" que têm estado a ser seguidas em países como Portugal.

Aquele responsável frisou que a visita realizada ontem pela governante alemã a Portugal mais parece uma deslocação de um chefe de Estado a uma "colónia" do que uma visita a uma país soberano.

"Não é a senhora alemã que deve dizer o que o povo português deve fazer. É uma perda de soberania que não toleramos", acrescentou, apontando Merkel como a principal defensora da austeridade.

Segundo o dirigente sindical, o Orçamento do Estado para 2013 é feito "a favor de grandes fortunas, grupos económicos e da banca", que não serão chamados a fazer sacríficios, ao contrário dos trabalhadores, reformados e famílias.

António Goulart apelou ainda à participação na greve geral de quarta feira, considerando que a concentração de ontem contra a visita de Merkel é um "primeiro passo" para a greve.

Também em Loulé, cerca de vinte pessoas concentraram-se ontem à porta do mercado municipal da cidade, munidas de faixas com palavras de ordem contra a visita da chanceler alemã, o Governo e as políticas de austeridade.

Os habitantes do concelho que organizaram o protesto disponibilizaram um microfone a quem quisesse expressar a sua opinião, numa espécie de assembleia popular realizada na escadaria daquele edifício.

A chanceler alemã esteve ontem em Lisboa para uma visita oficial de cinco horas, que incluiu reuniões com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e com o ministro dos Negócios Estrangeiros e com empresários dos dois países.

Esta foi a primeira vez que a chefe do Governo da Alemanha visitou oficialmente Portugal.

Lusa