A cerca de um ano das próximas eleições autárquicas, Macário Correia (PSD) fez à Lusa um balanço do seu mandato, em risco de ser suspenso por violação de instrumentos de gestão do território, através do licenciamento de obras quando ainda dirigia a Câmara de Tavira, em 2006.

Condenado pelo Supremo Tribunal Administrativo à perda do atual mandato autárquico, Macário Correia preferiu não se pronunciar sobre o caso nem revelar se se vai recandidatar, enquanto aguarda o parecer do Tribunal Constitucional ao recurso que interpôs para tentar contrariar a decisão.

Considerando que os últimos três anos representaram “o momento mais difícil da vida das autarquias locais no pós-25 de Abril”, Macário Correia sublinhou que a redução da dívida só foi possível através de uma gestão rigorosa.

Segundo o autarca, a Câmara de Faro tinha em 2009, quando foi eleito, um passivo “brutal”, de cerca de 87 milhões de euros, que englobava as dívidas da própria autarquia, do mercado municipal e do Estádio Algarve.

Apesar da “asfixiante quebra de receitas”, o autarca disse ter conseguido cortar cerca de dois milhões de euros por ano em despesas correntes, reduzindo a dívida global em oito milhões.

Para isso, teve que reduzir pessoal (a autarquia tem hoje cerca de 800 funcionários, menos 220 do que em 2009), implementar normas de controlo interno e promover uma gestão rigorosa.

Para conseguir pagar as 14.427 faturas vencidas, as mais antigas com sete anos, referentes a 2005, Macário Correia candidatou-se a um empréstimo de cerca de 24 milhões de euros ao abrigo do Plano de Apoio à Economia Local (PAEL).

Além deste montante, que será pago no prazo de 20 anos, o renovado Plano de Reequilíbrio Financeiro da autarquia prevê ainda a contração de um empréstimo adicional na banca, que ronda os cinco milhões de euros.

Das obras que conseguiu realizar durante o mandato, Macário Correia destacou a ampliação de escolas, a abertura de novos centros sociais e a extensão a praticamente todo o concelho da rede de água e esgotos.

O autarca sublinhou ainda a criação de um parque desportivo e de lazer num relvado da Horta das Figuras, a abertura de um infantário na Penha e uma nova escola na zona da Lejana.

Na calha estão também projetos privados baseados em contratos com a autarquia, como é o caso de um novo ginásio de artes marciais que deverá ser inaugurado dentro de um mês no piso superior do mercado municipal.

Lusa