
A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) diz que apesar do “ano atípico” que obrigou a antecipar as vindimas, o rendimento da colheita foi “médio-alto” e prevê-se um aumento na produção de “cerca de 20%” para os vinhos do Algarve.
“Mesmo com a baixa pluviosidade que caraterizou o Inverno e Primavera, o rendimento da uva andará pelos 65 a 75%, apresentando a fruta um bom estado sanitário, esperando-se uma boa colheita para 2017 e um consequente aumento da produção em cerca de 20%”, adianta a CVA.
Aquela entidade acrescenta que “o aumento é potenciado também por alguns investimentos em novas vinhas e aumento da área plantada noutros casos”.
“As altas temperaturas verificadas em julho aceleraram a maturação das uvas, tornando necessário a sua colheita antecipada a fim de preservar a caraterísticas naturais das castas e desta forma potenciar a qualidade final dos vinhos mantendo o seu equilíbrio nos aromas e sabores frutados e florais”, explica a CVA.
Carlos Gracias, presidente daquela entidade, antecipa, por isso, um ano de sucesso.
Segundo Mário Santos, proprietário e produtor dos vinhos Quinta da Tôr, as expectativas são igualmente animadoras para 2018, com um aumento da produção e mantendo a qualidade da uva. “Após a vindima de uma parte da produção, da qual já iniciamos também a vinificação, noto a uva muito sadia e com um ótimo equilíbrio nos açucares e na acidez, o que me dá muito boas perspetivas para a produção deste ano”, refere.
Aquele vitivinicultor explica que a antecipação da vindima sucede porque o verão muito seco.
A falta de mão-de-obra para a apanha das uvas é uma realidade que se tem verificado noutras regiões vinícolas e à qual o Algarve não está imune, sendo mais agravada pela forte procura que o setor turístico tem por mão-de-obra nesta altura.
A CVA explica, por isso, que “muitos produtores veem-se na necessidade de contratar trabalhadores em regime temporário fora da região para colmatar esta lacuna”.
Numa iniciativa do projeto Loulé Criativo, da autarquia louletana, a Quinta da Tôr recebeu um grupo para participar nas vindimas e conhecer o processo desde a colheita, até à vinificação.
Para os visitantes foi um dia em pleno, onde puderam conhecer desde a vinha, a adega, os comeres típicos da região aliados aos vinhos da Quinta da Tôr e terminando o evento com a tradicional pisa a pés, cujo resultado irá servir para a produção de Vinho do Algarve.
“Estas apostas no segmento das experiências e do enoturismo, vão-se tornando um contributo para a diversificação e consolidação dos projetos vinícolas no Algarve e uma mais valia para o turismo”, considera a CVA.