Foram cinco os algarvios que participaram no 40º Encontro Europeu de Jovens de Taizé que se realizou em Basileia, na Suíça, na passagem do ano, e que, segundo o jornal ‘La Croix’, reuniu cerca de 20.000 participantes de todo o mundo, particularmente da Europa.

Oriundos de Aljezur, Loulé, Portimão e Quarteira, os algarvios viajaram cerca de 2.300 quilómetros para participar no encontro que teve início no dia 28 do mês passado e terminou no primeiro dia deste mês, organizado pela Comunidade Ecuménica de Taizé e dedicado ao tema da alegria.

A comunidade monástica destacou que o encontro foi o primeiro que decorreu em “três países simultaneamente” – Suíça, Alemanha e França – porque os habitantes da região “estão habituados a atravessar fronteiras”. Com efeito, os participantes, incluindo os cerca de 200 portugueses, foram acolhidos naqueles três países em casas de famílias, escolas ou paróquias.

Num testemunho para o jornal Folha do Domingo, um dos algarvios destacou o “enorme espírito de companheirismo” na paróquia onde foi acolhido. João Paulo Vila Nova (à direita na foto) realçou também a “partilha” com aqueles com quem se cruzou diariamente e a “união com Deus e o próximo” que sentiu durante os momentos de oração. “Para mim um dos pontos mais altos do encontro foi numa das orações da noite poder receber a bênção pelo irmão Alois [prior de Taizé]”, acrescentou aquele jovem oriundo de Portimão.

Os algarvios participaram diariamente nas orações da manhã realizadas na zona de alojamento, seguida da partilha por grupos para reflexão e debate sobre temas previamente estabelecidos e depois desse trabalho seguiam para o centro de Basileia para participarem em ateliês dedicados a temas como “compromisso social, fé e vida interior, criação artística” e na oração da noite em St. Jakobshalle ou em St. Jakob-Arena. No dia 31 de dezembro realizaram-se ainda encontros por países e, à noite, a vigília de oração pela paz no mundo, seguida da «festa dos povos» nas paróquias de acolhimento.

O encontro ficou ainda marcado pelas meditações diárias do irmão Alois, que no último dia disse ser tempo de acabar com a separação entre Igrejas e comunidades cristãs. “Cada vez que tenho oportunidade, pergunto e volto a perguntar: não chegou já o tempo de as Igrejas separadas ousarem colocarem-se sob um mesmo teto sem esperar mais, mesmo antes que um acordo seja encontrado para todas as questões teológicas?”, questionou.

O responsável sublinhou, em particular, as oportunidades de fazer um trabalho conjunto em áreas como o “estudo bíblico, trabalho social e pastoral, catequese”.

O prior de Taizé anunciou na última noite que o próximo Encontro Europeu de Jovens vai decorrer em Madrid (Espanha). Este vai ser o quarto encontro na Península Ibérica, depois de Barcelona, Lisboa e Valência, decorrendo de 28 de dezembro de 2018 a 1 de janeiro de 2019.

O encontro de final de ano é uma nova etapa da ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’ que os monges dinamizam desde o final dos anos 70, do século passado, iniciada pelo fundador da comunidade monástica, o falecido irmão Roger. Roger Schutz fundou, em 1940, a Comunidade Ecuménica de Taizé, no sul da França (a cerca de 390 quilómetros a sudeste de Paris), em plena Segunda Guerra Mundial, com o propósito de “reunir homens que sentissem a necessidade de juntos fazerem comunhão e viverem em paz uma vida simples, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado aos homens por Jesus Cristo”. A comunidade de Taizé é hoje constituída por mais de 100 irmãos, de várias nacionalidades e igrejas cristãs, incluindo a católica, recebendo semanalmente a visita de milhares de jovens.

com Ecclesia