O CFC considerou que, se a perda de mandato do autarca é uma derrota para o PSD e o CDS-PP porque “o apresentaram ao eleitorado e sempre o elogiaram e defenderam”, também o é para o PS porque, “durante todo o mandato, foi a muleta” de Macário Correia e “andou politicamente com ele ‘ao colo’, dando luz verde a tudo”.
Os três partidos estão, segundo o CFC, “a fugir ‘como o diabo da cruz’ de eleições, porque estão sem candidatos e não têm ninguém com conhecimento profundo do concelho e da autarquia”, pelo que irão apresentar ao próximo ato eleitoral autárquico “candidatos de recurso”.
“Com se conclui pelas reações à perda de mandato, sentindo-se derrotados perante a população face às más decisões que tomaram juntos, o PSD/CDS e o PS estão em pânico perante a hipótese de eleições. O PS também quer mais tempo para tentar branquear responsabilidades”, pode ler-se num comunicado do movimento autárquico.
Na terça-feira à noite, o movimento veio a público dizer que não comentava a decisão do Tribunal Constitucional, mas sublinhou que ao longo dos três anos de mandato de Macário Correia na Câmara de Faro sempre denunciou a sua “prepotência e desrespeito pelas regras democráticas”.
“Alguns munícipes diziam que se calhar não tínhamos razão, mas agora confirma-se que a forma de estar e agir de Macário Correia não compensou e que, ‘tantas vezes o cântaro foi à fonte, até que lá ficou a asa’”, referiu na terça-feira o movimento, num comunicado enviado à Lusa.
O Tribunal Constitucional indeferiu o recurso interposto pelo presidente da Câmara de Faro, Macário Correia (PSD), confirmando a perda de mandato do autarca, segundo um acórdão publicado na terça-feira no sítio de internet daquele tribunal.
No acórdão, datado de 10 de janeiro, lê-se que o tribunal decidiu "confirmar a decisão sumária reclamada, proferida no dia 18 de outubro de 2012, e, em consequência, indeferir a reclamação apresentada".
Macário Correia foi condenado, em junho de 2012, pelo Supremo Tribunal Administrativo, a perda de mandato por violação dos regulamentos de urbanismo e ordenamento do território quando era presidente da Câmara de Tavira.
Lusa